Após pouco mais de três meses do naufrágio do rebocador CXX da empresa Bertolini Transportes, próximo a Óbidos, no oeste do Pará, o navio que leva os equipamentos que farão o içamento da embarcação e resgate dos noves tripulantes desaparecidos chegou nesta terça-feira ao munícipio para dar andamento ao processo de salvatagem.
O acidente náutico aconteceu no dia de 2 de agosto quando um navio mercante e um comboio de balsas, que seguiam em sentidos opostos, bateram. Dos 11 tripulantes do rebocador, dois sobreviveram.
O navio e os equipamentos utilizados na operação são da empresa holandesa Smit, contratada para executar o plano de resgate. Eles chegaram ao Brasil no dia 6 de novembro. De acordo com o comandante da Capitania Fluvial de Santarém, Capitão Ricardo Barbosa, o plano será feito por fases.
A chegada dos equipamentos faz parte da primeira fase, que consiste em delimitar a área para fluxo de embarcações regulares, que serão fiscalizadas pela Marinha do Brasil, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar. Inspeções por sonar e instalação de quadro de boias também fazem parte desta fase.
Na segunda etapa, uma rede será colocada por cima do rebocador para assegurar que peças, objetos ou demais coisas que estejam dentro da embarcação não se soltem. Após esse procedimento o rebocador será içado por uma garra hidráulica para que sejam feitos os procedimentos investigatórios, periciais e inspeções navais.
Já a terceira etapa consiste no transporte dos desaparecidos, seguindo o pedido dos familiares em não expor a imagem das vítimas. Os possíveis corpos serão encaminhados em embarcação específica para o Centro de Perícias Renato Chaves, em Santarém. O guindaste será desmontado assim que a operação de içamento do rebocador tiver sido completada. Esta última etapa deve encerrar no início de dezembro.
Os familiares devem acompanhar a operação em Óbidos. Mas, para eles, a notícia da chegada do navio que fará o içamento do rebocador não diminui em nada a angústia que eles sentem desde o dia do naufrágio. “Vivemos uma situação muito difícil ao longo desse tempo. Uma hora dizem uma coisa, depois já é outra. É uma luta difícil, cansativa e não teremos sossego enquanto não terminar essa operação para a busca dos nossos familiares. A gente pede pelo amor de Deus que a empresa e os órgãos competentes possam nos dar uma solução”, relatou Gilmar dos Santos Brito, irmão de Juraci Brito, que está entre os desaparecidos.
O acidente
Um comboio formado por um rebocador e nove balsas da empresa Bertolini afundou no rio Amazonas, próximo ao município de Óbidos, região oeste do Pará, depois de bater com um navio da Mercosul que seguia para Manaus, carregado de carga em contêineres.
FONTE: G1/Santarém