CPC Renato Chaves trabalha na identificação dos corpos encontrados em empurrador

CPC Renato Chaves trabalha na identificação dos corpos encontrados em empurrador

Órgãos do Sistema de Segurança Pública que atuaram na operação de içamento do empurrador CXX da empresa Bertolini em um ponto no rio Amazonas, próximo ao município de Óbidos, participaram de entrevista coletiva nesta quinta feira (7), na Estação Cidadania de Santarém. Durante a coletiva foram avaliados todos os procedimentos de retirada do empurrador e informada como está sendo feita a perícia dos nove corpos encontrados no interior da embarcação.

Os trabalhos iniciaram no dia 15 de novembro, com a operação de içamento do empurrador de mais de 30 metros de comprimento. Servidores do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil Estadual, peritos do Centro de Perícias Científicas “Renato Chaves”, policiais civis e militares, integrantes dos Grupamentos Fluvial e Aéreo da Segup, homens da Marinha do Brasil e funcionários das empresas Bertolini e Smit, atuaram na operação de resgate.

Para o comandante da Delegacia Fluvial de Santarém, Capitão de Fragata, Ricardo Barbosa, a retirada do empurrador foi bastante complexa em virtude da localização e do estado em que se encontrava. "Foi uma operação de grande porte. A empresa Smith trabalhou com muito profissionalismo desde que se integrou à equipe, a Bertolini também prestou todo o apoio necessário. No transcurso da operação encontramos algumas dificuldades devido às condições em que o empurrador se encontrava - numa posição diagonal e com 80% da sua estrutura soterrada – e que acabaram atrasando o processo de retirada. Felizmente, conseguimos desenterrá-lo e ontem ele pôde ser colocado sobre a balsa da Bertolini para que o IML pudesse fazer o trabalho de localização e remoção dos tripulantes", informou o comandante.

Inquérito - A Marinha já iniciou a apuração das responsabilidades e as causas do acidente entre o empurrador e o navio cargueiro Mercosul Santos, ocorrido no dia 02 de agosto deste ano. "A Marinha possui um inquérito aberto, que, no entanto, precisa aguardar a conclusão da perícia feita na embarcação para que possa ser concluído. Após essa etapa, ele será encaminhado ao Tribunal Marítimo onde serão julgadas as responsabilidades pelo acidente", reiterou o comandante da Delegacia Fluvial.

Perícia - Os corpos dos noves tripulantes chegaram à Unidade Regional do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, localizada em Santarém, na madrugada desta quinta feira. De acordo com o gerente do CPC, José Elinaldo Silva, todo o trabalho de coleta de material já está sendo realizado. O objetivo é que a perícia seja concluída em um prazo de 15 a 30 dias. O material genético coletado dos corpos será encaminhado à Belém e de lá vai retornar ao município.

"Os prazos variam de acordo com nossa coleta, os casos prioritários são os pais e, baseado em um levantamento prévio que foi feito pelo pessoal no local do evento, já há uma tendência para dizer quem era a pessoa desaparecida. Nesse caso, só o DNA para confrontar. Nós temos um prazo de 15 a 30 dias para obter esse resultado. Após recebermos a confirmação de Belém, poderemos emitir as certidões de óbito e entregar os corpos aos familiares para que sejam prestadas as últimas homenagens e feito o sepultamento", confirmou o gerente regional do CPC Renato Chaves.

Avaliação - Para o comandante do 4º Grupamento de Bombeiros Militar (4º GBM), tenente coronel Luis Cláudio Rêgo, a operação de retirada do empurrador foi concluída com sucesso. "O que todos queriam, de fato, era ter encontrado todos os tripulantes com vida, mas, infelizmente, isso não foi possível. Todavia, alcançamos o objetivo, pois pela forma como se encontrava o empurrador – com vários rasgos, escotilhas abertas e a cabine de comando praticamente arrancada – havia um risco de não conseguirmos resgatar todos os corpos. Ao menos assim minimizamos um pouco a dor e o sofrimento dos familiares, que agora podem prestar a última homenagem aos seus entes", relatou o coronel.

Fonte: Agência Pará

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