Quilombolas de Oriximiná participam de Oficina de Vídeo

Quilombolas de Oriximiná participam de Oficina de Vídeo

A oficina em produção de roteiro para vídeos foi realizada na sede da Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos de Oriximiná (Arqmo) no domingo, 10 de junho.

No domingo (10), jovens dos territórios quilombolas de Boa Vista Trombetas, Nova Esperança, Abuí Grande e Ariramba estiveram participando de mais uma etapa da Capacitação sobre a criação de Vídeo (Youtube) que faz parte das capacitações do Programa Novas Tecnologias e Povos Tradicionais, que é realizada Equipe de Conservação da Amazônia (Ecam) em parceria com a Google Earth Outreach e a Agência de Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (Usaid), com apoio do Programa Territórios Sustentáveis, no eixo Quilombola. A oficina foi ministrada para 20 jovens que desde janeiro desde ano (2018) participam de uma série de capacitações que além da importância do uso das ferramentas tecnológicas também aborda junto aos jovens o empoderamento da comunicação como ferramenta de transformação por meio da Educomunicação.

A coordenadora da Arqmo (Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Município de Oriximiná), Claudinete Colé, falou do orgulho em contribuir para que os jovens possam ser protagonistas das suas histórias. “Graças a Deus mais uma fase concluída com o empoderamento e que possa render bons frutos pra nós quilombolas e que essa juventude abrace essa causa e mostre realmente que o povo negro tem história, tem cultura, tem luta e mostre isso pro mundo, que a gente passe a ter vez e voz nas nossas comunidades” frisou Colé

A oficina teve duração de oito (08) horas onde os jovens puderam conhecer técnicas para a produção de roteiros que mostrem ao mundo suas histórias. Histórias como a de Alrenize de Sousa Xavier, moradora da Comunidade de Abuí Grande, no Alto Trombetas I, Associação Mãe Domingas. “O meu roteiro fala sobre a escola, é uma escola do ensino médio que está sendo construída na comunidade e que vai beneficiar tanto os nossos jovens, que antes tinham que vir para Oriximiná, e antes tinham jovens que desistiam, parava de estudar porque a família não tinha condições de manter eles aqui e hoje eles vão ter condições de estudar”, falou Alrenize que em seu roteiro buscará contar as dificuldades dos jovens da comunidade bem como a expectativa de conclusão da Escola que é construída pela Mineração Rio do Norte.

Entre os roteiros trabalhados também está o de Crisleane Silva Durão, moradora da comunidade Nova Esperança, na região do Alto Trombetas II (ACRQAT) que contará a história da reserva do Erepecu, por meio da visão dos primeiros moradores da comunidade.  “Vocês tem dado uma oportunidade imensa pra nós contar a nossa história, do nosso antepassado e fazer valer apena aquilo que os nossos avós passaram há algum tempo atrás, algumas coisas tem se esclarecido com a oficina do YouTube e temos ganhado vez e voz pra contar nossa história e tudo aquilo que nós passamos um dia e temos expectativa enorme de mudar isso”, ressaltou Crisleane.

A oficina abordou a produção de roteiro para vídeos e produção de textos, com técnicas simples que contribuem para que os jovens possam contar suas histórias com início, meio e fim. Histórias que eles conhecem muito bem, mas que pela falta da técnica ficavam de certa forma incompleta no processo de colocar no papel as ideias. Além da produção de roteiros e textos os jovens aproveitaram a capacitação para esclarecerem algumas dúvidas quanto à edição de vídeos.

Atualmente os jovens quilombolas produzem vídeos, em livre produção, que são publicados no Canal do YouTube da Arqmo e a expectativa é de que até o final da Capacitação eles possam criar e administrar seus próprios canais e que estes canais passem a ser visto de forma profissional gerando além do empoderamento uma opção de fomento a economia por meio da geração de renda.

As capacitação YouTube fazem parte das ações do Eixo Quilombola que visa dar voz às populações tradicionais de Oriximiná e desenvolve ações como: levantamento socioeconômico (com uso do ODK (Open Data Kit), Programa Novas Tecnologias e Comunidades Tradicionais com os Jovens Quilombolas, em parceria com a Google Earth Outreach e Usaid, Mapeamento Cultural e de uso do Território (Plataforma Google Earth), fortalecimento institucional por meio de capacitações das associações que representam os territórios, oficinas em comunicação e tecnologia voltadas aos jovens quilombolas.

FONTE: Territórios Sustentáveis

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