MRN premia vencedores do concurso cultural de 41 anos

MRN premia vencedores do concurso cultural de 41 anos

O evento foi marcado pela criatividade em desenhos, redações e fotografias, que registraram o cuidado da empresa com o meio ambiente nas últimas quatro décadas

O concurso cultural de 41 anos da Mineração Rio do Norte (MRN) superou as expectativas. Foram 181 trabalhos inscritos nas modalidades Fotografia (87), Desenho (64) e Redação (30). Moradores do distrito de Porto Trombetas e das comunidades Boa Vista, Moura e Ajudante, no município de Oriximiná (PA), surpreenderam com a sensibilidade ao retratar o tema “Orgulho de crescer com a natureza à nossa volta”, abordando as iniciativas socioambientais da empresa nas últimas quatro décadas. Talentos que foram reconhecidos e premiados na última terça-feira (25/08). 

Em tempos de pandemia, a premiação foi adaptada e anunciada pelas redes sociais da empresa. Na modalidade Desenho, o primeiro lugar foi para o estudante Thiago Rodrigues, de 8 anos. A partir de uma visita ao projeto de soltura de quelônios da MRN, Thiago buscou a inspiração para desenhar. Disse para mãe dele, Raissa Rodrigues, que aquele momento havia marcado muito sua vida e que queria fazer um desenho em que tivesse a presença de moradores quilombolas da região. A mãe o incentivou e providenciou todos os materiais, que foram além das tintas. 

Thiago deu vida ao desenho, usando folhas, raízes e galhos secos de árvore, fibra de coqueiro e areia. “Deu bastante trabalho, mas foi muito legal participar e estou muito feliz com a premiação”, declarou o estudante. Raissa disse que ela e o esposo Aristino Rodrigues estão orgulhosos e gratos pela oportunidade do concurso. “Incentivamos o Thiago sempre a dar o melhor, mostrando para ele que vale a pena fazer as coisas com dedicação. Estamos muito felizes com essa conquista. Parabenizamos à Mineração Rio do Norte pela iniciativa, que, neste período de pandemia, estimulou as crianças a fazerem algo diferente”, reconheceu. 

O designer gráfico Rafael Baía conquistou o primeiro lugar na modalidade Fotografia com a imagem “Crescer em abundância”. Amante da fotografia, já fez cursos na área e desenvolve produções há seis anos. Ele se inscreveu no último dia do concurso e contou com a ajuda da amiga Rita, que “cedeu” o modelo, o filho Miguel, para a composição fotográfica. “Estamos no meio de uma área extremamente verde e o tema tinha tudo a ver com quem mora aqui. Então, resolvi aproveitar toda essa riqueza de flora que temos para fazer a captação de imagens. Sabia que a foto estava linda, mas nunca pensei que ficaria em primeiro lugar. Estou muito feliz pelo reconhecimento”, afirmou.

Com o tema “Quintal de casa”, a estudante Neide Jully de Almeida, 17 anos, conquistou o primeiro lugar na modalidade Redação. Para ela, o grande desafio era abordar um tema complexo de forma resumida em uma redação, que provocasse uma reflexão. Então se inspirou nas coisas mais simples do cotidiano como animais em plena calçada, igarapés para o banho e toda a natureza que o morador de Porto Trombetas desfruta, diariamente, em plena Floresta Nacional de Sacará-Taquera e o quanto é vital preservar tudo isso. “Fiquei muito feliz com o tema proposto pela MRN, que, por si só, tem um grande peso e chama a atenção para a conscientização ambiental. O tema também mexeu com a minha memória afetiva, pois moro desde os 3 anos em Porto Trombetas. Sou grata a Deus, à minha família, amigos e professores. Todos eles fazem parte dessa conquista”, assinalou. 

Karen Gatti, gerente de Comunicação da MRN, ressalta que a comemoração dos 41 anos foi algo para aquecer os corações. “Não duvidamos, em nenhum momento, que seria uma grande programação de aniversário, até por todo o zelo em fazê-la da melhor forma, mas quando olhamos para o engajamento das pessoas e a forma tão sensível como mergulharam no tema, isso nos enche de profunda alegria e da certeza de que empresa, de fato, vem cumprindo seu papel, que também é de impulsionar o desenvolvimento de pessoas. Parabéns a todos os vencedores e participantes pela dedicação, talento e disposição”, destacou. 

Para a escolha dos trabalhos foi formada uma Comissão Julgadora, composta por empregados da área de Meio Ambiente da MRN, diretores de escolas das comunidades Boa Vista, Ajudante e Moura, professores do Colégio Equipe de Porto Trombetas e pelo professor Marcelino Conti, diretor da unidade da Universidade Federal Fluminense (UFF), campus de Oriximiná, que utilizaram como critérios de seleção a capacidade técnica, criatividade, originalidade e relevância do tema.

Menção honrosa para a diversidade

Um dos momentos marcantes da premiação foi o anúncio da Menção Honrosa ao estudante Antônio Lucas Vinente, de 6 anos. Portador de TEA (Transtorno do Espectro Autista), ele mostrou que a igualdade é sinônimo de diversidade e que dificuldades existem para serem vencidas e transformadas em constantes aprendizados. O estudante participou na modalidade Desenho, retratando a diversidade das árvores em diversos tons: preto, marrom, branco, amarelo e azul.

Mas esta produção não foi nada convencional e teve a participação fundamental da mãe, a bancária Soraia Vinente. Ela conta que Antônio Lucas é extremamente sensorial e que sempre lembra das coisas a partir de experiências com cores e cheiros. No caso de crianças autistas é importante oferecer a elas um entendimento prévio das atividades para que se sintam motivadas a fazê-las. 

Em relação ao concurso cultural da MRN, Soraia não estava pensando em prêmio, mas na oportunidade de interação para o filho concorrer de forma igual com as outras crianças. “No momento que chegou o edital do concurso para mim, não tive dúvida de que o Antônio tinha que participar. Coincidiu de estarmos terminando a leitura do livro o ‘Menino Marrom’, do Ziraldo, que fala muito da questão da diversidade. Então, disse para o meu filho: você quer participar do concurso com um desenho? Ele, como sempre questionador: mas como que eu vou fazer? E expliquei: sabe o livro do ‘Menino Marrom’, que fala de todos os tipos de pessoas, de várias cores, Pois é, assim como as pessoas, existem árvores diferentes e de várias cores, e você pode fazer uma pintura sobre isso”, sugeriu. 

Antônio Lucas gostou muito da ideia da mãe e pediu para ver de perto os tipos de árvores que ia desenhar. Ela fez um tour pelo distrito de Porto Trombetas, onde mora, apresentando a ele as diferentes árvores, incluindo o ipê amarelo, que o filho logo associou ao personagem do Menino Amarelo, presente no livro “Menino Marrom”. Faltou ver a árvore azul, tão almejada por Antônio 

Lucas, que perguntou: mãe existe árvore azul? Soraia não titubeou: “Existe a árvore que você quiser que exista”. A partir desta certeza, Antônio Lucas decidiu desenhar árvores em diversas cores e ‘dar o cheiro’ a cada uma delas, como o personagem do “Menino Marrom”, que tinha cheiro de chocolate. Usando a criatividade, a mãe ofereceu a ele o chocolate em pó, açafrão e baunilha, ingredientes que foram misturados às tintas e deram forma, cor e aroma ao desenho.

Sobre a premiação, Soraia destacou que é uma conquista para toda família e diz que o filho é a melhor lição de vida diária que poderia ter: “O Antônio Lucas nos mostrou que podemos sair do nosso mundo para viver no dele. Não me pergunte se eu quero sair daqui, porque eu também achei tantas coisas para fazer, tantas famílias para ajudar, compartilhar experiências e vivências. Todas as crianças são merecedoras de amor, carinho e atenção. E tudo começa em casa, em família, não importa como ela seja formada”.

Esposo de Soraia e pai do Antônio Lucas, Manoel Souza, que trabalha como operador de equipamento industrial na MRN, o momento é de gratidão. “Minha esposa é uma guerreira. Eu tenho muito orgulho do meu filho e, para mim, já foi uma grande vitória termos conseguido levar para a prática a participação dele no concurso. Eu tenho muito orgulho da minha esposa, que se empenha muito e tem muita sensibilidade com o Antônio. O concurso da MRN foi muito bom e aproximou mais as famílias, que se empenharam para os filhos participarem. Agradeço a empresa por essa grande oportunidade”, declarou.

Núcleo multidisciplinar

Soraia Vinente montou na própria casa um espaço para fazer atividades diárias com o Antônio Lucas, incluindo leitura de livros, pintura e produção de materiais pedagógicos a partir de materiais recicláveis. Além disso, o filho é assistido pelo Núcleo de Educação Inclusiva e Acompanhamento Multidisciplinar (NEIAM), mantido pela Mineração Rio do Norte, em Porto Trombetas.

Presente há três anos no distrito, o núcleo faz o atendimento clínico e pedagógico a 55 crianças, dando todo o suporte em várias áreas de desenvolvimento como linguagem, comunicação, interação social, desenvolvimento motor e acadêmico. O NEIAM conta com equipe formada por fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicólogo, três mediadoras escolares que acompanham as crianças no dia a dia em sala de aula, quatro auxiliares da mediação e colaboração de pediatra, psiquiatra e assistente social do Hospital de Porto Trombetas. 

Ana Rúbia Tavares, coordenadora do NEIAM, ressalta que conquistas como a do Antônio Lucas são motivadoras para todos os que amam o trabalho de inclusão. “Ele chegou aqui e não pegava no lápis. Ver o Antônio voando é algo muito gratificante. Temos uma equipe maravilhosa, que é empenhada e ama o que faz. O nosso vínculo afetivo com ele e todas as crianças é muito grande. Esse prêmio é graças a uma família que não aceitou um prognóstico e entendeu que o filho pode voar para onde ele quiser”, comemora. “Histórias como essa recarregam a gente de energia para continuar trabalhando. Quando encontramos uma família com esse olhar diferenciado e uma criança como o Antônio, que era completamente diferente, e na transformação que teve, só enche a gente de alegria e muito amor”, completa Luana Gonçalves, terapeuta ocupacional do NEIAM.

Fonte: Comunicação/MRN

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