ATÉ QUANDO?

ATÉ QUANDO?

Otávio Figueira.

À Região Amazônica por sua especificidade natural em que a "estrada" é o Rio Amazonas, sua população para se locomover depende sobremaneira do transporte fluvial.

Nota-se, porém, que houve uma importante evolução tecnológica na confecção desses navios conhecidos na região como "recreios", que levam e trazem, rio acima, rio abaixo, habitantes que procuram resolver suas necessidades de toda ordem.

Devido, pois, à concorrência motivada principalmente pela  segurança dos passageiros os barcos de madeira foram substituídos, gradativamente, pelos de ferro.

Como é do nosso conhecimento, a imensidão da região é favorável à difícil fiscalização pelas autoridades afins, aliado a ganância e a  imprudência de proprietários, permite que, em  pleno Século XXl, ainda tenhamos acidentes fatais considerados "previsíveis".

Com efeito, há casos que o navio tem sua partida de uma capital que, pela sua estrutura, a fiscalização deveria ser mais rigorosa e criteriosa. No entanto, tem algo que não fecha essa afirmativa.

Na semana pretérita, um determinado navio desatracou do porto da cidade de Macapá com destino à cidade de Santarém abarrotado de cargas e passageiros que pelo que se comenta, além de sua capacidade exigida pelo órgão oficial responsável, naufragou ceifando vidas humanas que, até então, acreditaram na competência e responsabilidade das autoridades que autorizaram a viagem,  embora sendo um barco de ferro seu modelo caquético não atende mais, de modo oportuno, os requisitos de segurança exigidos por lei.

Portanto, não podemos usar como desculpas a "fatalidade" para acidentes "previsíveis" por negligência de quem deveria somente cumprir a lei. Enfim, até quando?

Nossas condolências aos familiares enlutados e, em especial, aos filhos de Óbidos.

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