ÓBIDOS 324 ANOS: Voltando no Tempo, poesia de Geraldo Magela

ÓBIDOS 324 ANOS: Voltando no Tempo, poesia de Geraldo Magela

Neste sábado, dia 02 de outubro de 2021, Óbidos completa 324 anos de fundação e as comemorações acontecerão durante todo o mês de outubro. Para homenagear Óbidos estaremos publicando neste site algumas poesias e textos de obidenses.

ACRÓSTICO

Ó grande amor que em meu peito mora /
B onita, elegante e doce senhora /
I maginas que é chegada a hora /
D e começar a festa, sem demora /
O s Pauxis que vieram de fora /
S ó esperam o raiar da aurora.

VOLTANDO NO TEMPO

Geraldo Magela

Conduzido pelas “asas” da saudade,
Sou levado para a nossa cidade,
Onde deixei um pouco de mim.
Anônimo, vou passar em todo lugar,
Vai ser muito difícil não chorar,
Mas vivo a felicidade, enfim.

Pensativo, vou recordar o passado,
Ouvir o barulho que vem do mercado,
Com a bagunça na fila do cartão.
Também ouço um som bem peculiar,
Aqui perto ele aumenta sem parar,
É o pulsar emotivo do meu coração.

Volto ao tempo da minha infância,
Para jogar peteca sem ganância,
Soltar papagaio no vento da Serra.
Contemplando o belo azul do céu,
Bater uma bola no campo do quartel,
Sentido a poeira que sobe da terra.

A bicicleta, vou logo pedalando,
Enquanto minha mãe fica rezando,
Para que nenhum mal venha ocorrer.
Vou ver o avião da “Panair” pousar,
Querendo saber quem vai chegar,
Que filme Tio Roman vai receber.

Quero ouvir a “chamada” do Correio,
Receber a correspondência que veio,
Como acontecia antes do progresso.
Sair atrás do palhaço do circo,
Sem me importar em pagar um mico,
Então, pintado, ganhar um ingresso.

Galgar logo a torre da igreja,
Para que todo mundo me veja,
Todo prosa badalar o sino.
Sem licença ainda me arrisco,
Subir na camionete do Bispo,
Como todo e qualquer menino.

Eis um pouco do meu passado,
Que mesmo estando bem guardado,
Eu sempre encontro de repente.
Eu fui muito feliz como criança,
Esse tempo ficou na lembrança,
E vai permanecer certamente.

Após esse passeio aos tempos idos,
Acho que resgatei momentos vividos,
Com a emoção de quem reza o terço.
Reviver isso é estar “obidossiando”,
Que nada mais é que ficar sonhando,
Com a terra que nos serviu de berço.

 

Antigo Estádio e Quartel de Óbidos. Fonte: Acervo do Museu de Óbidos

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