As Estações de Reprodução e Alevinagem de Santa Rosa, em Santarém, e Orion Nina Ribeiro, em Terra Alta, reiniciaram a reprodução de peixes, após passarem por obras de revitalização. Os espaços também abriram as portas para a pesquisa e o ensino superior nas regiões Oeste e Nordeste paraenses, em parceria com as Universidades Federais do Pará (Ufpa) e do Oeste do Pará (Ufopa).
“A pesca e aquicultura são prioridades na gestão de Helder Barbalho, que já foi Ministro da Pesca e hoje, como governador, busca recursos para alavancar o setor em prol do crescimento econômico do Estado”, informou o titular da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca, Hugo Suenaga, que em companhia do adjunto Lucas Vieira, foi recebido nesta segunda-feira, (21), pelos servidores da estação de Terra Alta que agradeceram a reabertura do local.
A agente administrativa Helena Souza, que começou como enxertadora de seringueira há 34 anos, estava feliz por retornar ao local de trabalho recuperado e em condições de voltar a ser o que era. “A estação de Terra Alta já foi o espelho para as demais Unidades agropecuárias (Uagro) da Sedap, era triste ver o estado em que ficou, mas hoje temos esperança de que nossa estação de piscicultura voltará a atender os produtores da região com qualidade”, comemorou a servidora.
A Estação de Alevinagem de Terra Alta estava abandonada, saqueada e sem água, porque o dique da barragem na nascente, que abastece os 12 tanques de produção de alevinos, foi quebrado. Graças à parceria de produtores da região de integração do Guamá, foram adquiridas 16 matrizes de tambaqui, piau açu e curimatã para reprodução em cativeiro e reposição do plantel que antes era de 100 matrizes. Assim como na estação de Santarém, a desova de peixes já começou e as pós larvas serão transferidas para os tanques de produção de alevinos.
As estações de Santa Rosa e Orion Nina Ribeiro passaram por intenso trabalho de recuperação das barragens, limpeza dos viveiros e seleção das matrizes, num investimento de 100 mil reais. Há uma semana os estudantes de Engenharia de Pesca da Ufpa e Ufopa voltaram a ter aulas práticas de piscicultura nas estações. A professora Zélia Pimentel, do campus da Ufpa de Bragança, trouxe 15 alunos para Terra Alta. “A estação tem a melhor infraestrutura para pesquisa e aulas práticas, inclusive com alojamentos para receber os estudantes”, destacou ela.
O piscicultor Nazeazeno Carvalho foi um dos que doaram reprodutores de peixes e em troca permanece na estação de Terra Alta para aprender mais sobre aquicultura. “Quero saber mais para desenvolver o meu criatório de peixes”, disse. Paulo Sizo, da Associação dos Produtores Rurais de Terra Alta (Aproterra), cedeu matrizes de tambaqui para desova. “Acho importante a parceria do governo com a comunidade e juntos vamos trabalhando para o crescimento da atividade”, enfatizou o produtor.
A estação de Santarém foi a primeira a reiniciar o processo de reprodução, com 130 mil pós larvas que vão gerar em torno de 50 mil alevinos dentro de 20 dias. A estrutura tem capacidade para produzir até 10 milhões de alevinos por ano e a de Terra Alta, 7 milhões. Está em projeto, o desenvolvimento de tecnologia para cultivo consorciado de camarão com peixe nas duas estações.
O Pará tem grande potencial para o crescimento da aquicultura pela existência de diferentes ecossistemas, (águas doce, salobra e marinha) extensa área (62% da água doce da Amazônia) e clima favorável à biodiversidade das espécies (temperatura elevada e estável). Somando-se à produção aquícola (peixes, camarão, ostra, mexilhão, etc), o beneficiamento e industrialização de pescado e o cultivo de peixes ornamentais são importantes oportunidades de negócios.
Agricultura
As estações de Santarém e Terra Alta também desenvolvem ações na área agrícola, produzindo mudas, especialmente de fruteiras para atender a demanda de agricultores das regiões de integração do Guamá e Baixo Amazonas. A de Santa Rosa está em fase de revitalização dos viveiros, mas a Orion Nina Ribeiro já está ensacando 15 mil mudas de açaí, cupuaçu e pupunha.
As mudas passam pelo processo de enxertia para melhorar a qualidade e até início de junho serão 45 mil mudas disponíveis para repasse aos produtores. O trabalho é feito em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), que orienta os produtores no campo, tanto na criação de peixes como na plantação.
Por Leni Sampaio
FONTE: Agência Pará