Nesta quinta-feira, dia 05 junho de 2020, marca o centenário de nascimento de Ruy Paranatinga Barata, ou simplesmente Ruy Barata.
Homem de múltiplas atividades (advogado, cartorário, jornalista, poeta, professor e político), Ruy Barata exerceu intensa atividade política, elegendo-se deputado estadual por duas legislatura. Como jornalista, até 1964 dirigiu o suplemento literário de 'A Província do Pará', além de ter sido titular da cadeira de Literatura Brasileira da UFPa.
O único esforço aceitável para estes 100 anos de história é descobrir ou reviver o legado cultural deixado por ele ao estado: uma trajetória presente na família, nos amigos e em outros artistas e fãs, que não tiveram a oportunidade de conhecê-lo em vida.
O ano do centenário de um dos maiores nomes da cultura paraense do Século XX, Ruy Barata, será celebrado ao longo de 2020 com diversos eventos nas áreas literária, musical, teatral e das artes plásticas. Poeta, letrista/ compositor Ruy Barata nasceu em Santarém, no Baixo Amazonas, em 25 de junho de 1920, e faleceu em 23 de abril de 1990, aos 69 anos.
Para homenagear Ruy Barata estamos postando o vídeo que o cantor e compositor Eduardo Dias gravou especialmente para este momento, com a poesia/música "Pauapixuna", que é um termo indígena da língua tupi-guarani que significa “aldeia dos negros”, localizada no município de Óbidos, no Oeste do Estado do Pará. Veja:
PAUAPIXUNA
( Paulo André e Ruy Barata )
Uma cantiga de amor se mexendo,
uma tapuia no porto a cantar,
um pedacinho de lua nascendo
uma cachaça de papo pru ar.
Um não sei que de saudade doendo,
uma saudade sem tempo ou lugar,
uma saudade querendo, querendo,
querendo ir e querendo ficar.
refrão:
Uma leira, uma esteira,
uma beira de rio,
um cavalo no pasto,
uma égua no cio,
um princípio, de noite,
um caminho vazio,
uma leira, uma esteira,
uma beira de rio.
E no silêncio uma folha caída,
uma batida de remo a passar,
um candeeiro de manga comprida,
um cheiro bom de peixada no ar.
Uma pimenta no prato espremida,
outra lambadadepois do jantar,
uma viola de corda curtida,
nesta sofrida sofrência de amar.
refrão
E o vento espalhado na capoeira,
a lua na cuia do bamburral,
a vaca mugindo lá na porteira,
e o macho fungando lá no curral.
O tempo tem tempo de tempo ser,
o tempo tem tempo de tempo dar,
ao tempo da noite que vai correr,
o tempo do dia que vai chegar.
refrão
(Gravado por Fafá de Belém, em disco Polygran; Paulo André Barata, em disco Continental; e Leila Pinheiro em disco promocional da Engeplan. Trilha musical de novela)
Foto Paulo Jares
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