V FECIMA encerra com caminhadas por espaços históricos de Óbidos

A quinta edição do Festival de Cultura, Identidade e Memória Amazônida de Óbidos – Fecima aconteceu em Óbidos no período de 17 a 19 de novembro, cujo objetivo do evento foi servir de espaço de debates e divulgação de produções de cultura, da identidade e da memória no baixo amazonas, cujo tema deste ano foi: Amazônia: expressão de identidades; lugar de memórias.

Conversamos com o Prof. Itamar Paulino, organizador do V Fecima, o qual nos falou sobre os objetivos gerais do Fecima: “O nosso objetivo maior é servir de espaço para discutir cultura, identidade e memória, para melhor se desenvolver produtos sociais como: o turismo, organização de festivais, organizações das festas locais, entre outros”.

Perguntado sobre a avaliação da realização do Fecima, o Prof. Itamar respondeu: “Embora estarmos passando por uma fase de transição muito pesada em termos nacionais, questões econômicas envolvidas, dificuldade de recursos para fazermos eventos, o V Fecima veio para ficar registrado com a ideia de que estamos inovando. Primeira inovação foi o Feciminha. Agora nós temos um sonho que é transformá-lo em um evento internacional e existe uma proposta pra isso, a partir de um encontro que deve ocorrer em meados de julho do ano que vem, chamado de “Encontro Internacional de Mascaras’’, que envolverá cinco universidades, uma da França; Aveio, Portugal; Universidade de Brasília, de Rondônia e a UFOPA”, informou Itamar.

Segundo Itamar, esse encontro terá como referência o “Mascarado Fobó”, do Carnapauxis, em Óbidos, que é uma figura emblemática, simbólico a nível de cultura e das artes, e essas universidades se interessam em pesquisar e pensar: Porque determinados povos se organizam, se desenvolvem, se evolui socialmente a partir da lógica das máscaras?

Perguntado sobre um trabalho que foi apresentado sobre Ervas Medicinais do Arapucu, o Professor Itamar  explicou, que trata-se de um trabalho de uma aluna da UFOPA, Beatriz, que é de Santarém, e que desenvolveu essa pesquisa sobres as ervas medicinais utilizadas na Comunidade do Arapucu, denominada de Etnobotânica. “Ela gostou tanto da pesquisa dela no Arapucu, que quer ampliar isso pra plantas estéticas que ornamentam as   casas e plantas que chamamos pneumoterápicas, aquelas que as pessoas utilizam para expulsar mau-olhados. Isso mostra que as comunidades de Óbidos têm muito a oferecer em termo de conhecimento e pesquisa”, explicou o Prof. Itamar

Conversamos também com o Prefeito eleito de Óbidos, Chico Alfaia, a respeito do V Fecima, o qual comentou: “A gente fica muito feliz em estar participando. É um momento muito importante para a cultura, para o conhecimento obidense e principalmente para o futuro de nosso município. Fico feliz que a maioria dos trabalhos apresentados são voltados para nossa peculiaridade da nossa região”.

Chico Alfaia destacou que trabalhos sobre a “Comissão de demarcação dos limites de Óbidos” e estudos sobre as nascentes dos igarapés, poderão ser aproveitados em sua gestão e colocados em prática.        

Veja algumas atividades que aconteceram nos três dias de Fecima: 

No dia 17 foi realizado o I Feciminha na Escola Dom Floriano, destinado às crianças, que foi desenvolvido uma Gincana Cultural; A noite aconteceu a abertura oficial do V Fecima e lançamento do livro da escritora obidense Edithe Carvalho, intitulado: “A Fênix da Amazônia”.

No dia 18, aconteceram oficinas com temas em diversas áreas do conhecimento, com destaque para oficina como: Brincadeiras e culturas; Resgate de memória de quilombos, sobre como transformar o Museu Integrado de Óbidos em ambientes de educação para a população obidense; Houve também apresentações orais de trabalhos e pesquisas acadêmicas, entre outras atividades.  

No dia 19, dia do encerramento do V Fecima, houve a caminhada até a Fortaleza Gurjão, localizada na Serra da Escama e também caminhada pelas ruas históricas do centro urbano de Óbidos para os visitantes e moradores conhecerem o patrimônio histórico-cultural a partir das influências portuguesas, italianas, africanas e judaico-marroquinas.

O evento foi Realizado pelo Programa de Extensão Cultura, Identidade e Memória na Amazônia – PROEXT-CIMA – do Centro de Formação Interdisciplinar da Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA.

www.chupaosso.com.br

Fotos de Odirlei Santos

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