Otávio Figueira.
Na mudez do amanhecer em Óbidos, o relógio da Catedral de Senhora Sant"Ana sinaliza, por meio de seu sonoro toque, que são 6hs da manhã, ou como exclamam nossos conterrâneos, da madrugada, pois nesse horário ainda está bastante escuro.
Com o andar das horas e o corpo ainda estendido no melhor local para o repouso, ouve-se ao longe às badaladas do secular sino da torre da igreja alertando, como primeira chamada, o compromisso do povo católico para participar da Santa Missa.
No horizonte, porém, se observa com certa timidez os primeiro raios de luz anunciando, apesar do inverno amazônico, que o dia promete.
No entanto, para despertar de uma vez os devotos, aí os sinos marcam posição determinando a segunda e última chamada. Nas ruas próximas, nota-se a movimentação dos fiéis em direção à Matriz.
Antes do início da celebração, as pessoas se cumprimentam, confabulam, rezam e se cumpre mais um dia de Domingo religioso.
Tal rito de fé, no entanto, nos remete a tempos passados como uma "obrigação", que passa de geração em geração, em que a melancolia dissimula um momento de ótimas e saudosas recordações.
Após os pedidos e orações a cidade, pelas características festeiras e alegres do povo obidense, se movimenta já aguardando a parte da tarde para o pré-carnaval, hoje do Bloco Xupa Osso, em que são esperados centenas de foliões da cidade de Oriximiná, a fim de participarem do melhor carnaval de rua da Amazônia. Enfim, só porque hoje é Domingo.