Otávio Figueira.
Há cidades que pela sua localização geográfica, população, desenvolvimento, laços familiares, oportunidades, acolhimento, respeito e visão futurística despontam sobremaneira na vida de pessoas que não encontram tais atributos em suas próprias comunidades de origem.
É comum em nosso Brasil, por exemplo, filhos de um mesmo povoado cruzar o mundo em busca de países e cidades para a realização pessoal e profissional e, na maioria das vezes, constituírem famílias sem jamais retornarem aos berços de suas histórias.
Diante desse enigma, por mais paradoxal que pareça, assim vislumbro à minha cidade natal, Óbidos, localizada no Oeste do Estado do Pará, cidade de reminiscência inconteste em que “visita” os principais livros de História e Geografia mostrando aos estudiosos do mundo que em plena Selva Amazônica, localizada a margem esquerda do maior rio do mundo em extensão e volume d’água denominado Rio Amazonas, está alicerçada uma cidade que, principalmente pela arquitetura colonial de seu casario é contemplada com o epíteto de a cidade mais” portuguesa” da Amazônia.
Tradicionalmente, porém, para nós obidenses de qualquer parte do planeta, o mês de julho em que comemoramos as festividades da nossa padroeira Senhora Sant’Ana, reflete muito bem esse espírito de religiosidade, irmandade, congraçamento, amizade e união de um povo com o passado fortemente representativo servindo pois, de base para um futuro auspicioso e próspero.
Por outro lado, diferentemente de anos anteriores, um vírus denominado Covid19, “criado” na China, que em questão de dias desgraçou a população mundial ceifando vidas e deixando os entendidos, especialistas e cientistas atônitos sem saber o que fazer ao menos em curto prazo, também nos privou, peregrinos e devotos, de participar, presencialmente, da grande festa do povo católico de Óbidos. Lamentável!
Portanto, conhecendo a fé dos obidenses, dia 12/07, data em que aconteceria o Círio Fluvial, estaremos todos irmanados em um só desejo, com pedidos, orações e agradecimentos, mesmo longe dos olhos, mas perto do coração, para que tudo passe e a cura recaia sobre nós, principalmente os moradores da “Cidade Presépio”, neste momento de maiúscula aflição. Enfim, para cada conterrâneo, a seu jeito e modo, feliz Círio! Obrigado Deus! Salve Sant’Ana! Valeu povo guerreiro Pauxi!