IDALIANA MARINHO DE AZEVEDO nasceu em Óbidos (Paraná de Baixo) em 19 de março de 1936. Seu pai Neuza e Pedro (Peroca) foram moradores nessa localidade. Sempre muito preocupados com a educação dos filhos, mudaram-se para a cidade para garantir o estudo dos mesmos porque no interior não tinha escola.
Fez eu estudos no Educandário São José – O primário e curso normal regional. Foi da primeira turma de Regentes de Ensino Primário, com 17 formandas, recebeu seu diploma em 12.12.1953, numa festa histórica para Óbidos.
O cursinho como era chamado, marcou a vida de todos, pelo caminho e competência das verdadeiras mestras que foram as Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição.
Ainda como aluna já auxiliava a Irmã Maria Cristina em sala de aula. Aos 15 anos já tinha uma turma de pequeninos do jardim da infância, e , assim, por 10 anos exerceu o magistério no próprio Educandário São José e no Grupo José Veríssimo.
Em 1964,encaminhado pelo Bispo Dom Floriano, participou do Instituto Catequístico Latino Americano, em Santiago do Chile. Com essa viagem ganhou nova visão de mundo. A partir desse ano se integrou a equipe de coordenação da Pastoral Catequética de Prelazia de Óbidos.
Não por acaso, mas por providencia divina levou-a por outros caminho. Instituto do Celam (Colômbia), Ipar (Belém – Pa), Irmãzinha de Jesus (Belém – Fortaleza e Mirim – Ce),CIMI (Brasília), Missiologia (SP). Aquele pensamento que a acompanhava a levou a fazer alguns curso abrindo os olhos para tudo com referência a educação de jovens e adultos no campo, baseado nos pressupostos teóricos do educador brasileiro, Paulo Freire.
Após esse período, foi missionar em São Paulo, onde conseguiu apoio para fundar a Associação Sócio Cultural Educativa Rural Mocambo-Pauxi, que tem como objetivo o apoio educacional da região da Comunidade de São José, em Óbidos.
No seu retorno a Óbidos, foi uma das fundadoras da Associação Cultural Obidense – ACOB e do Museu de Óbidos. A ACOB lhe deu o apoio logístico para desenvolver algumas atividades sócio-culturais-educativas, e escreveu o livro PUXIRUM, fruto de uma pesquisa.
“Eu vivia em um braço do Rio Amazonas, que é cortado pela Ilha Grande. Meu pai tinha um depósito, uma casa meio grande, onde ele depositava castanha. Então, fazia aquelas montanhas de castanhas, e nós gostávamos de subir nessas montanhas de castanhas e descer, escorregar. Era o nosso escorrega. Eu também sempre brinquei de professora. Quando eu estava no quinto ano primário, eu já ajudava uma freira que lecionava no Jardim de Infância, e depois já na primeira série. Com 15 anos eu estava nessa sala de aula. E, logo depois, as irmãs me contrataram pra trabalhar lá no próprio colégio. Então, eu comeceia minha vida de professora. Nessa profissão eu aprendi a relativizar as coisas, não acumular nada, a viver numa certa liberdade de espírito e a encarar as pessoas um pouco como elas são. Assim, transmitir um pouco de mim para elas e ajudar no que dá pra ajudar”, Profa. Idaliana.
Puxirum - Memória dos Negros do oeste Paraense
Este trabalho conta a história do povo negro da nossa região, não aquela que já sabemos, mas aquela que os próprios negros conservam em sua memória. O livro relata fatos e acontecimentos dos quilombos do Médio Amazonas Paraense: Curuá, Trombetas e também da região do Silêncio e do Matá, município de Óbidos. São depoimentos de pessoas idosas que guardam na memória aquilo que seus pais e avós lhes contaram porque o viveram ou, por sua vez, também ouviram contar. Procurou-se nesse trabalho pesquisar os quilombos.
Vídeo Museu da Pessoa