Cláudio Jorge Bentes Castro, é filho de Antonio Euder (Camarão) e Lilia Castro. Bacharel em Ciências Contábeis e Acadêmico de Direito, resido em Belém. As poesias sobre Óbidos, retratam a imensa saudade de sua querida Óbidos, berço de tantos Homens Ilustres. Estas poesias fazem parte do Livro ESSE POETA QUE EM MEU CORPO ADORMECE, lançado no ano de 2002 em Belém. Claudio tem mais de 300 poesias e continua produzindo muito mais. Seu terceiro livro está em fase de acabamento, e o primeiro de contos na gráfica.
Conheça as poesias de Claudio Castro:
ENCANTOS
Eu nasci no campo entre as flores
Tendo por despertar o cantar do rouxinol
Eu vivi cada um de meus amores
Sob as plúmbeas cores do arrebol
Eu chorei de emoção e ternura
Ao atravessar com a canoa a maresia
Eu jurei um amor puro e eterno
Ao ouvir à tardinha a ave-maria
O sabiá cantando no serrado
O curral aberto de manhã cedo
O primeiro beijo da primeira namorada
Com a boca extasiada de desejo
O revoar de borboletas na campina
O fogo fátuo no portão do cemitério
Promessas, sonhos, crendices vividas
E para sempre honradas em mistério
---------------------------------------------------
CREPÚSCULO PAUXIS
É chegado o crepúsculo e lentamente
A lua no céu, tímida aparece
A cigarra no campo entoa seu canto
A tarde agoniza e logo escurece
As aves em bando a sumir no horizonte
É paz, é sossego ao final do dia
O sino conclama os fiéis à capela
É chegado o momento da ave-maria
É chegado o crepúsculo. A tarde ensolarada
Cede lugar a uma fina garoa
No meio do rio, lutando com as vagas
O pescador chega, com sua canoa
Na floresta tudo é silencio
As águas tranqüilas no seio marinho
A paz é tão grande nesse momento
Em que as aves regressam ao ninho
É chegado o crepúsculo. Do alto da serra
A guariba entoa seu canto de dor
a juruti, soluçando se distancia
Sob a auréola do sol a se pôr
É chegado do crepúsculo. Ouve-se ao longe
O último canto do bem-te-vi
Na praça, numa árvore desfolhada
As andorinhas se acariciam para dormir
---------------------------------------------------
TERRA DE MEUS AMORES
Oh! Terra de meus amores
Que tantos sonhos acalentou
Nesse exílio que me encontro
Só a saudade restou
No meu peito angustiado
Por não estar ao teu lado.
Pensar em tua serra
À luz do alvorecer
Ser adulto e ser criança
Para em teu colo correr
Ofegante em minhas brincadeiras
Subindo tuas íngremes ladeiras
Sentir o hálito perfumado
Do vento que teu dorso acaricia
Ter-te como a musa
De minha mais bela poesia
E, a estampar no rosto cansaço
Adormecer feliz em teu regaço
Na Igreja de Santana
A missa matinal assistir
Mãos cruzadas no peito
Com vontade de sair
Para na Praça da Matriz
Tomar um banho de chafariz
Depois sair correndo
Em casa a roupa trocar
Para no cais do porto
Com os amigos ir pescar
Ver o caboclo passando
Em sua canoa a cantar
Sonhar com o primeiro beijo
Andar a esmo ao receber
À namorada presentear uma flor
Depois sair a correr
Aos amigos da esquina contar
E me esconder ao vê-la passar
---------------------------------------------------
TERRA QUERIDA
Terra querida,
Musa enamorada
de meus poemas
canções, sonetos;
Escuta o brado
desse peito
tão distante
que a todo instante
morre um pouco
de saudade.
Terra querida
musa do boêmio
cantador,
Em teu louvor
faço estes versos
com a saudade
a atormentar
minha alma.
Terra querida
pensar em tua serra
ao entardecer,
cheia de neblina
ao amanhecer
é o que me acalma.
---------------------------------------------------
ÓBIDOS
Ah! quem me dera ouvir os lamentos
Da juruti ao pôr do sol na mangueira
Ver o vento na fúria dos elementos
Balançando as folhas da palmeira
O grande rio, indômito, selvagem
A estroar seu canto bem forte
O pescador atravessando com coragem
A correnteza que o faz temer a morte
A cruz tosca na beira da estrada
Onde saudoso o passarinho vai pousar
Alegrando do crepúsculo à alvorada
A singela beleza daquele lugar
A serrinha deslumbrante e tão bela
Com o grito da guariba ao entardecer
Sua floresta toda verde e amarela
Do pau d' arco que ali vai florescer.
---------------------------------------------------
AMANTES
Quem serão esses amantes
Que evocas em teu cantar?
Por quê cantas com tanto medo
Será que guardas algum segrêdo
Que a ninguém pode contar?
Essa tua voz meiga e macia
Já fez uma jura de amor?
Esse teu peito inflamado
Que cheira a rosa e pecado
Já sentiu alguma dor?
Essa pele bela e morena
Já se arrepiou de prazer?
Já sentiu o gosto d' um beijo
E ficou trêmula de desejo
Sem vontade de viver?
Esse sorriso sem jeito
Que apresentas no rosto
Já viveu e sentiu saudade?
Teve um vislumbre de felicidade
Sem nunca sentir desgosto?
Esses negros cabelo
Que pelo corpo te desce
Alguma vez foi acariciado
Com gesto obsceno, safado
Que te fez rezar uma prece?
Essas mãos tão pequeninas
Carregadas de languor
Já ousaram uma caricia
E provaram a delicia
Do vai-e-vém do amor?
Ah! E essa boca pequena
Que a minha deseja tanto
Já teve um beijo roubado
E os lábios magoados
De apertá-la nos cantos?
E esse teu louco desejo
Que o meu vem atiçar
Será o mesmo de antes?
Mas diga, quem serão esses amantes
Que evocas em teu cantar?
---------------------------------------------------
MOMENTO CRUCIAL
A febre endoidece meus sentidos
O pranto, meus olhos não ousam derramar
A pulsação em meu peito é lenta e fatigante
Meu Deus, meu Deus, o que está para chegar?
Nessas horas de delírio e prazer
A que me entrego com ardor
Sinto na face o bafejar da morte
Acariciando-me com fervor
II
Quando a vida não mais habitar meu peito
Repleto de ternura e amor filiais
Rezem uma prece à sombra d’uma mangueira
E descansem, pois estarei em paz
Sobre o caixão branco e majestoso
Que eu leve flores: rosas e cravos
Uma lágrima a rolar de minha mãe
Molhe meu rosto não mais da vida escravo
Que meu rosto ainda possuindo
Um frêmito de desejo do Momento crucial
Seja ladeado de pétalas douradas
Da flor mais linda que havia em meu quintal
Quero meu filho a correr pelas campinas
Cortando a chuva e o vento a lhe açoitar
O rosto belo de homem que a vida
Pouco a pouco vai tentando deflorar
Meu Epitáfio
Não chorem pela morte do poeta
Que cantava a vida e declamava ao sol
E nas noites de inspiração alucinada
Afagava seus anseios na cumplicidade do lençol.
---------------------------------
CARO AMIGO JOÃO CANTO
Meu nome é Cláudio Jorge Bentes de Castro, filho de Antonio Euder (Camarão) e Lilia Castro. Bacharel em Ciências Contábeis e Acadêmico de Direito, resido em Belém.
As poesias sobre Óbidos, retratam a imensa saudade do minha bela terrinha, berço de tantos Homens Ilustres.
Estas poesias fazem parte do Livro ESSE POETA QUE EM MEU CORPO ADORMECE, lançado no ano de 2002 em Belém.
Fomos amigos de infância, adolescência, e também estudamos juntos.
Tenho mais de 3000 poesias. Meu terceiro livro está em fase de acabamento, e o primeiro de contos na gráfica.
Grande Abraço