Dino Priante.
Esse foi o primeiro nome do Colégio São José. Nasci na Bacuri, em uma casa que ficava na esquina com a Rui Barbosa, portanto na diagonal com o colégio, brincávamos de belário, na entrada do São José, havia duas escadas uma pela esquerda e outra pela direita, e um parapeito alto, onde subíamos,andávamos em cima, um perigo constante. Batíamos na campainha da portaria, e saíamos na carreira.
Mas em 1958, entrei para o Jardim da Infância, nosso uniforme era uma espécie de avental, bordado no peito o “slogan” do colégio, eu ficava meio invocado, porque parecia uma saia. Foram meus colegas, o Ivan Souza, Paulo Cardoso, Tereza Priante, Socorro Ferreira, Salete Farias, Trovão, Flora Pinto entre outros. Nossa professora era a Irmã Feliciana, hoje com 86 anos residindo em Alenquer, era assessorada pela professora Idaliana Azevedo.
Havia as internas no colégio, geralmente das cidades vizinhas como Oriximiná Juruti, Faro, Terra Santa, e algumas interioranas.
Concluintes como professoras Dulcíla, Lívia, faziam seus estágios em nossa sala, outras que chamavam de “órfãs”, cuidavam da cozinha e nós crianças tínhamos a prioridade na hora da merenda, íamos pegar nosso mingau, sem entrar em filas, tínhamos que esperar que esfriasse para poder degustar.
Quando colamos grau, fui o orador da turma, não sabia ainda ler, minha mãe, me colocou para decorar todo o discurso e na hora da apresentação ter que fingir que estaria lendo, e na palavra tal, tinha que virar a folha.
Após, cursar o primário no São Francisco e ser aprovado na prova de admissão, retorno ao São José, para cursar o Ginásio, fui da quarta turma. Foi um período muito bom, a educação física, proferida pelo Cabo Moura outras vezes pelo Sargento José Maria, os desfiles de se sete de setembro, era aquele garbo todo, carros alegóricos, era uma festa. Não poderia deixar de citar as quermesses, que eram organizadas pelo menos duas vezes por ano.
Tínhamos bons professores, talvez não tivessem mestrados e nem doutorado, mas eram competentes, como frei Rodolfo, Maria Lúcia Brito, Arlena Savino, Maria José e Ana Maria Tavares, Marilda Yara, Raimundinha Santos, Zélia entre outras.
O Educandário São José era uma escola só para meninas, quando passou a ser Ginásio São José, aí sim, passou a ser uma escola mista em turnos separados, as meninas estudavam pelo turno da manhã e os homens à tarde. A partir de 1967, nossas salas de aulas, foram brindadas com as presenças de nossas lindas conterrâneas, no início, foi muito estranho, mas logo nos acostumamos, e tornou-se uma convivência muito salutar, interessante, não me lembro de namoro de colegas da mesma sala, tinha colega que namorava estudante do curso normal, mas essas estudavam em turmas separadas do nosso curso do ginásio, porque a “grade” escolar é diferente.
O São José, sempre foi administrado pelas religiosas do Sagrado Coração de Jesus, no Jardim da Infância, a diretora era a irmã Firmina, e a superiora, era a irmã Judit. Já no Ginásio, tive como diretora, irmã Otaviana, Agostinha e posteriormente irmã Ermelinda, a superiora era a irmã Celina, dirigia seu próprio carro, que para nós naquela época era muito estranho uma mulher ao volante, já era mais moderna, a maioria das religiosas eram do Estado do Ceará.
Minha convivência com o São José acabou no dia 15 de Novembro de 1968, quando colocamos grau do Ginásio.
Depois, as irmãs se transferiram de Óbidos, e o São José passou a ser considerado um colégio público estadual.
Vi com muita alegria quando li na mídia que vem de Óbidos, que o São José está voltando para as mãos das irmãs do Sagrado Coração, acho que será uma boa, mas terá que ter ajuda do poder público. Todos os estudantes obidenses, passaram por esse colégio que nos enche de orgulho e saudades.
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