Otávio (Xapury) Figueira.
Convento dos Padres- residência dos Franciscanos que também serviu muito de "campo de futebol" para a gurizada da área. Jogávamos geralmente ao meio-dia, hora da sesta, e momento que dava pra fugir de nossas casas. O "campo" do convento era de cimento; no meio tinha um batente que no nosso imaginário o demarcava. Os elementos que formavam os times eram Beto, Norato (filhos do seu Salomão e d. Fuluca), Edinaldo Boto, Eduardo, eu, Dartanhã, Pintão, Aluizio (pimentinha, filho do Inaldo, parente do seu Santarém), Paulo Onofre Calango, e, às vezes, o Renato Toró. O seu Podalyro não dava muito refresco pra ele. O horário da pelada, convenhamos, era impróprio. Não deixávamos os Frades descançarem. Perdão Frei Rogério, Rodolfo, Prudêncio, Patrício, Pedro, Eduardo, Emílio (trabalhava na Missão Tirió), Ricardo (qdo ralhava a gente retornava com "Periquito no Coió), Epifânio (de voz mansa pedia: "Agora não. Brinquem outra hora"). Geralmente, o Calango fornecia a bola, que era de seringa. Certa vez, , não sei como, ele apareceu com uma bola de couro, que a gente chamava de "pneu". A pelada tava boa e esquecemos da hora. No entanto, após o sono da sesta, seu Júlio Mousinho abriu o comércio, que ficava em frente, e o Calango deu um chute que pegou no braço ou no rosto dele. A turma vazou e não ficou um pra contar história. Apanhamos todos, até o Edinaldo, que a D. Isaura, sua tia, o protegia. Lembra Checó?
Residência/comércio (Casa Primavera) do saudoso casal Júlio/Dulce Mousinho - dobrando a esquina, descendo a Bacuri, do lado direito, local movimentadíssimo não só pelo comércio como também pelos seus moradores. Seis lindas filhas aguçavam a criatividade dos transeuntes: Zilda, Maria Dulce, saudosa Maria Júlia, Maria José, Maristela e Marta. No contrapeso Edinaldo e Éder. Passagem obrigatória dos jovens da época. No comércio, por motivos diversos, o casal se ausentava e era substituído temporariamente por uma das meninas, aí as visitas e perguntas eram demoradas. À noite a visitação era mais seletiva. Apareciam cantadores, violonistas, enfim, a concorrência era acirrada, pois ainda moleque jamais deixava de ficar de olho na movimentação do canto. Pra sorte das meninas nesse horário o seu Hermógenes já estava no descanso. Recordo-me, então, de algumas figuras que frequentavam o ambiente, a meu ver, sem quaisquer "pretensões": Raimundo Alfaia, o saudoso Manoel das Graças Brocoió, Célio Simões, Reinaldo Martins, o saudoso Fernando Moura Arigó, entre outros. Foram momentos inesquecíveis! Vivíamos como uma só família! Bons tempos!
Residência do saudoso casal Pedro Xapury e Áurea Figueira - meus queridos e inesquecíveis pais. Por volta de 1950 em que a família já era composta pelos irmãos Haroldo, Graça e Rubinho, nos mudamos para a casa da Bacuri em frente ao Salão Paroquial. Casa alugada de propriedade da Sra. Aurora Rego. Nessa casa nasceram pelas mãos benfazejas da parteira Pelelé, sempre lembrada no bingo do clíper de Sant'Ana como "B11" (Pelelé e sua inseparável sombrinha), Romualdo, Eduardo, eu e Rita. Moramos até o ano de 1967/68. Foram bons momentos, embora em 1964 nosso pai tenha partido para a Casa do Pai. É importante comentar que acompanhamos a construção do "Salão Paroquial". Logo após nossa mudança, veio habitar essa casa "histórica" o agradável e receptível casal Antônio e Eucalina Silva com seu time fenomenal de meninas alegre e comunicativo.
Residência do saudoso casal João/Dalila (Dadá) de Andrade Rego - padrinhos do Eduardo. Era como se fosse um "conselheiro" da nossa família. Seus filhos Maria, saudosa Dária e Manoel Rego (Pinto). Seu João era a pessoa mais informada da cidade, não só pela sua profissão (telegrafista dos Correios) como também assíduo ouvinte da "Voz da América" , que à época tinha como locutor o brasileiro Hélio Costa. Maria e Pinto ainda moram nessa casa. Bons tempos!
Residência do inesquecível casal Antônio (Olga) Sena Santarém - ex-prefeito de Óbidos, apaixonado por jeep e
torcedor fanático do Paraense. Sua residência era bastante movimentada e festiva. Gracita, sua filha, moça bonita alegre e bastante comunicativa. Moravam, ainda, Aluizio (filho do Inaldo; sua mãe Alice), Armanda Parente e a irmã Olguinha (Terra Santa), a saudosa Rosivete e Rosete (irmãs tbm de Terra Santa). Era uma casa de moças bonitas e bem frequentada pelos jovens de então.
A seguir vinha o quintal da casa do seu José Félix e Nazaré Negreiros, pais do Kleber e do Dudu. Nesse quintal( hj a casa do saudoso Romualdo Amaral) jogávamos bola. Depois o quintal do saudoso seu Ataufo; saudoso João Morais, saudoso Júlio Coelho.
Residência das Souza - senhoras distintas e de ótima conversa. Craques na arte de bordar. D. Coló trabalhava na prefeitura com meu pai; D.Gigi no Sesp; D. Eulina nos bordados. Lembro ainda da mãe( acho que era Casilda) do Otávio Simões e da mãe do Max, Cleame, Telma eTataí. O point da casa era vc passar na calçada no horário do almoço e sentir, diariamente, o cheiro inconfundível do almoço preparado por uma jovem bonita de nome Marluce.
Bar Andrade - José (Zezinho) Andrade e Amanda Rego eram os proprietários do bar mais conhecido do Oeste do Pará. Ambiente que tem sua participação na história política e social de Óbidos. Local em que se reunia a nata da intelectualidade da cidade. Era um local eclético. Ali se passava, todavia, decisões políticas, esportivas, fofocas, gozações, estratégias e até celebração da paz entre desafetos. Nunca esqueço dos espelhos que circulavam as paredes; os vinhos, bebidas, sorvetes, e a famosa lambreta com o copo d'água. Saudades do ótimo papo com o poeta Mário Rego e dos exímios jogadores de sinuca como Legito, Antônio Pinto, Zé Maria Savino, Olívio Matos, irmãos Zé Fernando e Carlinhos, entre tantos. O jogo mais importante pra assistir, na minha opinião, era chamado de "Vida". Alí, porém, se conhecia a técnica e estratégia de cada jogador. Existia ainda a opção de entrar "peludo" no jogo. E pra baixar a tensão dos sinuqueiros nada melhor que ser atendido pelo garçom chamado "Zé da Ilha". Vai aqui o meu abraço aos irmãos contemporâneos José (Zuza), Helena, Carlos, Rosa e Edite Andrade.
Retornando e subindo a Bacuri vem a residência da senhora Lúcia Almeida; o consultório odontológico do Dr. Armando Cunha com seu imenso quintal cheio de fruteiras.
Residência e Padaria Santo Antônio - Antônio Pereira de Souza e Graci - local alegre e festivo. Família acolhedora e aconchegante. Fazia o melhor pão da cidade. Ficou, pois, gravado na mente dos conterrâneos o famoso e inesquecível "pão de massa fina". Até hoje ninguém conseguiu "colar" essa receita e fazer igual. Segundo o Lelé, a receita foi para o túmulo com seu pai. Recordo-me muito da família Chaves: Firmino, Maria (Rosa), Sebastião (Nego Sabá), Raimunda (Simsim), Rosália, Lindalva, Miguel, Jorge, Terezinha, Genoveva, Lúcia e Graci. Acho que escalei todo o time. Grandes lembranças!
Subindo ainda a Bacuri vinha a casa do seu Baima ( acho que era isso). Depois morou a família do saudoso Haroldo Amaral e Enedina. A seguir, a residência do casal Luiz Tabaco e Noêmia. Ali moraram o Josué (D. Ena), Jeiel, Josiel. Com todo respeito eram conhecidos como morcegos.
Residência do seu Podalyro/Tapuia Amaral de Souza. Casa bem movimentada principalmente nas férias. Pessoas amigas. Volto a dizer: vivíamos como uma só família em que o respeito e a obediência eram preponderantes na nossa caminhada. Recordo-me da D. Tapuia na máquina de costura e seus bordados. Seu Podalyro chegando do Lago Grande e distribuindo gostosas laranjas pra toda a vizinhança. Momentos inesquecíveis que serviram de alicerce e ensinamentos para nossas vidas. Bons momentos com Haroldo, Élcio, Marize, Euler, Podalyro, Guilardo, Jandira, Arnoldo, Nivaldo e Renato. Naquele tempo não tinha televisão mas a família era numerosa.
Obrigado pela paciência!
Fotos de Otávio Xapury
FOTOS...
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