Entrevista com o fotógrafo obidense Pedro Marinho

Entrevista com o fotógrafo obidense Pedro Marinho

Por Klinger Carvalho. 

Sua Trajetória, Flexal, Óbidos, Manaus, São Paulo e Manaus!

Sou Pedro Marinho fotógrafo e documentarista. Bacharel em fotografia pelo Centro Universitário do Senac- São Paulo. Cursei três períodos de Pós graduação em fotografia e dois períodos em cinema documental e estética pela FAAP, São Paulo. Nasci na Vila Flexal município de Óbidos, Pará. Minha família mudou-se para sede do município quando eu tinha seis anos para estudar (1970). Em 1981, mudei para Manaus, em 1985 mudei para São Paulo, onde fiquei até 2020 quando vim passar uma temporada em Manaus no meio da pandemia, foi quando recebi o convite para participar como fotógrafo da exposição de comemoração dos 125 anos do Teatro Amazonas.

Quando surgiu o interesse pela fotografia?

Pedro Marinho: Na realidade eu sempre tive interesse pela arte, música, pintura, cinema e outras linguagens artísticas. A fotografia veio muito cedo, ainda em Óbidos. Tenho uma memória da minha adolescência quando vendia minibom próximo ao mercado, tinha um navio de turistas na cidade, eles tirando fotos dos lugares e das pessoas, ali tive vontade de ter uma câmera fotográfica, parecia uma realidade bem distante da minha, por não ter condições de comprar uma câmera e nem fazer um curso, dificuldades inerentes as minhas condições sociais. Quando cheguei em Manaus, tive maior contato com os livros, revistas e pessoas envolvidas com arte. Em Manaus, comprei minha primeira câmera Olímpico Trip, fora as Loves da Sonora...

FOTOGRAFIAS....

Qual_a_área_da fotografia que já trabalhou e qual trabalha atualmente?

Pedro Marinho: Comecei fazendo freelas de eventos, Still e Books. Atualmente trabalho na área de Arquitetura, Gastronomia, Still, Cinema Documental e Projetos Autorais.

Foi fotografia que te levou pra São Paulo?

Pedro Marinho: Foi a fotografia que me levou pra São Paulo, já tinha bem maduro a ideia de ser fotógrafo, naquele momento São Paulo era o lugar, eu precisava estudar fotografia, fazer cursos, principalmente de iluminação de estúdio com o especialista Eugenio Pacceli, que dava aula no Sesc Pompeia, consegui fazer esse curso e outros. Foi esses cursos e a convivência com outros fotógrafos, livros e revistas que me fez pensar numa fotografia construída com boas referências.

Em São Paulo estivestes muito próximo do fotógrafo de natureza Araquém Alcântara, que influência essa convivência teve no teu trabalho?

Pedro Marinho: Essa convivência foi muito importante na minha vida profissional. Conheci o Araquêm através do Eugênio (Fotógrafo), fiz um curso de fotografia de natureza com Araquém, ele gostou das fotos que tinha feito e me convidou pra fazer parte de sua equipe numa viagem pela Amazônia para fotografar os Parques Nacionais Brasileiros da região norte. Foi uma experiência muito boa pra quem estava começando, ter a oportunidade de acompanhar o Araquêm numa viagem pela Amazônia naquele momento foi muito importante. Essa convivência teve influência no meu trabalho e me ajudou muito a pensar fotografia.

Qual influência Óbidos tem sobre tua obra?

Pedro Marinho: A nossa região sempre teve influência no meu trabalho pela riqueza natural e cultural, as minhas referências de infância são muito fortes. Foi Óbidos que me fez gostar e pensar na fotografia de arquitetura, a cidade tem uma arquitetura muito rica, já tive o prazer de fotografar o Quartel, falta o Mercado Municipal, Forte Pauxis e o casario da cidade que é um patrimônio arquitetônico muito importante. Uma das minhas especialidades é fotografia de arquitetura, espero um dia fazer um trabalho fotográfico em Óbidos.

FOTOGRAFIAS...

Quais_os_projetos que pretendes fazer no futuro?

Pedro Marinho: No momento estou trabalhando em dois projetos, um de fotografia e outro em audiovisual (Documentário). O projeto fotográfico é uma catalogação de arquitetura vernacular. O outro é um documentário sobre castanheiros.

Como foi tua experiência em fotografar o Teatro Amazonas?

Pedro Marinho: Eu sempre tive vontade de fotografar o Teatro Amazonas, fiquei muito feliz quando recebi o convite pra participar como fotógrafo da comemoração dos 125 anos do teatro que é um patrimônio do Amazonas e do Brasil. Essa experiência foi um mixto de felicidade e responsabilidade ao mesmo tempo, a final eu estava fazendo uma releitura fotográfica de um patrimônio muito importante para a cultura do estado e do país, era muita responsabilidade! Todas as vezes que eu entrava em algum lugar restrito, como a cúpula do teatro, ou tendo contato visual com documentos que nunca foram expostos, era uma experiência e tanto..! O projeto de uma grande exposição contando à história do teatro desde de seu projeto arquitetônico original até os dias de hoje, foi do governo do estado através da Secretaria de Cultura. A curadoria ficou por conta do artista plástico Jandr Reis, foi ele que me o convidou pra participar de sua equipe como fotógrafo. Só tenho que agradecer a toda equipe incluindo a do teatro e todas as pessoas que me ajudaram de alguma forma pra eu realizar meu trabalho. A exposição vai ficar até o final do ano, as visitas tem que ser agendadas no site do teatro.

Fala sobre o teu livro?

Pedro Marinho: O livro foi publicado pela Editora Martins Fontes (2012), com o título Bastar a si mesmo. Ele faz parte de uma coleção de seis livros chamada “Ideias Vivas”. Foi uma leitura de portfólio da Martins Fontes em parceria com o Senac(SP). Inclusive essa iniciativa foi pioneira no Brasil, fotografia conversando com textos filosóficos. Tive o grande prazer de meu ensaio fotográfico motociclistas ser publicado com os textos do filosofo alemão Arthur Schopenhauer, o livro está na internet e em todas as livrarias do Brasil.

FOTOGRAFIAS DO FOTÓGRAFO PEDRO MARINHO

Entrevista realizada por Klinger Carvalho

www.obidos.net.br

Comentários  

0 #2 Pedro Marinho 31-03-2022 20:48
Gostaria de agradecer a Mestra em Artes Visuais e curadora Lídia Souza por seu comentário, muito obrigado Lídia!
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0 #1 Lídia Souza 28-03-2022 20:01
Excelente a entrevista do Klinger com o Pedro! Gostei muito das imagens que mostram pessoas em seus afazeres cotidianos e interações afetivas. É interessante como a predileção de Pedro pela arquitetura se traduz no modo como ele capta a figura humana: como esculturas vivazes, que comportam a rigidez da vida e ao mesmo tempo certa grandeza, que não se deixa tragar pelos superlativos da natureza amazônica.
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