Hélcio Amaral de Sousa lançou seu livro “Guardador de memórias - Fragmentos históricos da Amazônia” em Óbidos, no dia 24 de julho de 2018, em Óbidos. A sessão de Autógrafo aconteceu no Cliper de Sant´Ana, com a apresentação da Dra Denise Gomes, sendo que Gico Amaral apresentou sua Bibliografia e no final Hélcio falou de sua satisfação de estar lançando seu livro em meio de tantos amigos.
Assíduo pesquisador dos ciclos econômicos da Amazônia e das transformações advindas desses momentos Hélcio Amaral, ao longo da sua trajetória, aprimorou seu conhecimento e nos presenteia agora com essa obra rica em relatos de grande valor cultural. Os fragmentos das suas leituras nos mostram tanto a riqueza socioambiental quanto os desastres político-econômicos que a região enfrenta desde o início da sua ocupação marcada pela descida do rio Amazonas – dos Andes até sua foz – ainda no século XVI, por Francisco Orellana.
No lançamento do Livro o autor reuniu seus amigos e os admiradores da boa leitura, para a sessão de autógrafos, bastante concorrida, mostrando o prestígio e o reconhecimento do autor.
Hélcio Amaral
O historiador Hélcio Amaral de Sousa, 74 anos, é natural de Juruti, mais especificamente Lago Grande do Salé, da Fazenda Nava, viveu sua infância e adolescência em Óbidos, depois mudou-se para Santarém, onde vive há mais de 60 anos. Conhece como poucos a história de Santarém, Óbidos e outras cidades do oeste do Pará.
Hélcio vive em Santarém e é um dos muitos habitantes das cidades do oeste do Pará que encontraram em Santarém a oportunidade de estudar numa época em que o acesso à educação era muito limitado nas cidades circunvizinhas a Santarém.
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http://obidos.net.br/index.php/cultura/literatura/2067-helcio-amaral-lancou-o-livro-guardador-de-memorias-em-obidos#sigProId45fc5627d7
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O Livro
O “Guardador de memórias - Fragmentos históricos da Amazônia” é o primeiro livro de Hélcio Amaral de Sousa, assíduo pesquisador dos ciclos econômicos da Amazônia e das transformações advindas desses momentos Hélcio Amaral, ao longo da sua trajetória, aprimorou seu conhecimento e nos presenteia agora com essa obra rica em relatos de grande valor cultural. Os fragmentos das suas leituras nos mostram tanto a riqueza socioambiental quanto os desastres político-econômicos que a região enfrenta desde o início da sua ocupação marcada pela descida do rio Amazonas – dos Andes até sua foz – ainda no século XVI, por Francisco Orellana.
Os principais ciclos econômicos da Amazônia, como o do cacau, da borracha, da juta e do ouro, são discutidos com muita propriedade e nos levam a uma reflexão sobre as históricas crises por qual passou (e ainda passa) essa região. Discorre também sobre importantes registros feitos por pesquisadores e viajantes que contribuíram para o desenvolvimento da ciência com suas anotações detalhadas e ricas ilustrações que mostravam a fauna e a flora exóticas bem como os indígenas, retratados com sua cultura tão diferente de qualquer uma que o europeu já tivesse conhecido até então.
Santarém, cidade que o acolheu ainda garoto e onde vive até hoje com sua esposa Rosi, é colocada para o leitor numa narrativa leve e bem-humorada onde os aspectos culturais das famílias da Época da Vovó, por exemplo, são descritos mostrando os inúmeros desafios enfrentados pelas pessoas que moravam nas cidades do baixo amazonas e que não dispunham nem de serviços de saneamento básico e nem de energia elétrica, por exemplo. Pessoas empreendedoras se dispuseram a promover o desenvolvimento econômico que beneficiasse toda a região, registro feito quando narra a história da Tecejuta e os graves problemas ambientais deixados pelos canais de colmatagem de Cacoal Grande. Registra a generosidade com que os santarenos receberam os ex-confederados norte-americanos, no século XIX e os nordestinos – os Soldados da Borracha – na segunda metade do século XX. Ambos os grupos, com sua diversidade cultural, contribuíram sobremaneira para o desenvolvimento econômico de Santarém e do Baixo Amazonas.
A história da fazenda Taperinha, onde localiza-se a edificação rural mais antiga da Amazônia, é contada resumidamente tão somente para enfatizar a importância daquele lugar para o desenvolvimento científico e econômico da Amazônia, sem nenhuma pretensão de competir com os estudos de arqueologia realizados por importantes cientistas, como a doutora Anna Roosevelt que, em 1984, constatou através do sambaqui Taperinha, a existência de uma civilização de 7.000 anos na região.
Muitas histórias narradas nessa obra não tinham registros escritos até então, eram apenas informações orais que o autor recebera de familiares e amigos; mas curioso como só ele saber ser investigou e resolveu registrá-las após constatar a veracidade dos fatos. As intrigantes narrativas da Caldeira do Barão e a da Via Sacra do Beiradão são esses exemplos e a partir de agora ficarão registrados na cultura e na história dos santarenos.
De acordo com a doutora Denise Gomes, pesquisadora do Museu Nacional / Universidade Federal do Rio de Janeiro e que prefaciou essa obra, “esse é um livro para ser lido aos poucos, uma crônica de cada vez, a serem absorvidas em todos os seus detalhes”. O livro foi escrito devagarzinho, quase sem pressa, e agora será uma boa companhia para os momentos de lazer cultural.
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