Evento alusivo ao mês da Consciência Negra discute emancipação e fortalecimento na Amazônia

Evento alusivo ao mês da Consciência Negra discute emancipação e fortalecimento na Amazônia

Iniciativa da UNAMA Santarém também contou com feira de negócios

Ações afirmativas como ferramenta de emancipação e fortalecimento da população negra da Amazônia” foi o tema de uma mesa-redonda alusiva ao Mês da Consciência Negra, realizada em Santarém, oeste do Pará. Uma feira de negócios também compôs o evento promovido pelo UNAMA – Centro Universitário da Amazônia, por meio do curso de Psicologia, em parceria com o Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas (NEABI), do Instituto Federal do Pará (IFPA).

Como resultado da disciplina de Psicologia Social, a iniciativa pretendeu fomentar o debate de temáticas transversais. De acordo com a docente da UNAMA Santarém e responsável pela iniciativa, Yara Caripuna, discutir a emancipação e identidade da população negra é essencial. “O racismo acontece todos os dias, em todos os lugares, e o 20 de novembro não se resume apenas a isso, pois também é um dia para celebrarmos nossas conquistas”, explicou.

Dentre os convidados, o pesquisador Yuri Rodrigues compartilhou experiências no fomento da democratização do cinema na região. Para ele, eventos que abordam a consciência negra sobre o viés de superação são importantes. Porém, ressalta a necessidade de destacar as potencialidades e as construções intelectuais da comunidade. “Esse trabalho envolve articulação política de compressão do nosso espaço como lugar de possibilidades e sonhos, mas, ao mesmo tempo, ainda há muitas ausências”.

A empreendedora Alessandra Caripuna destacou, por sua vez, a economia criativa. Há cinco anos no universo do empreendedorismo, considera o financiamento como um dos maiores desafios para o negro como dono do próprio negócio no contexto amazônico. “Infelizmente, trabalhamos em dobro e demoramos muito mais para conquistar o que queremos por conta desse fator. É preciso ampliar essas oportunidades”, afirmou.

ESTÍMULO - Além da mesa-redonda, uma feira foi montada para empreendedores da comunidade apresentarem seus negócios. Aos 31, Andressa Silva atua como produtora cultural e, há dois anos, decidiu empreender ao lado da família. Para ela, participar do evento reúne muitos significados. “Muitos negros adentram esse universo não por um sonho, mas por necessidade. Por isso, é preciso termos esses espaços que ecoam suas vozes".

Cursando o 2º semestre do curso de Psicologia da UNAMA Santarém, a acadêmica Maria Feitosa está decidida em focar sua atuação na pesquisa científica. Entendendo a importância do olhar sensível à diversidade, acredita que a execução desses eventos pode contribuir para a formação dos profissionais. “É algo que vai nos proporcionar não apenas uma consciência mais aberta, mas também a empatia”, pontuou.

Por Henrique Britto

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