O fotógrafo obidense Pedro Marinho inaugurou no dia 9 de agosto a exposição fotográfica intitulada "Biatuwí", no Centro Cultural Palácio da Justiça, em Manaus, Amazonas. Com curadoria de Débora Shornik, a exposição destaca a sensibilidade artística e o olhar apurado de Marinho, que é reconhecido por seu trabalho como fotógrafo e documentarista.
Nascido na Vila Flexal, no município de Óbidos, Pará, Pedro Marinho mudou-se para a sede do município aos seis anos de idade para continuar seus estudos, em 1970. Em 1981, estabeleceu-se em Manaus, e, em 1985, mudou-se para São Paulo, onde residiu até 2020. Durante a pandemia, retornou temporariamente para Manaus, onde recebeu o convite para participar como fotógrafo da exposição comemorativa dos 125 anos do Teatro Amazonas, solidificando sua carreira na cidade. Seus trabalhos já foram publicados no Brasil e no exterior.
Pedro Marinho é bacharel em fotografia pelo Centro Universitário do Senac, em São Paulo, e tem uma formação ampla em áreas correlatas, tendo cursado três períodos de pós-graduação em fotografia e dois períodos em cinema documental e estética pela FAAP, São Paulo. Sua trajetória é marcada por uma constante busca pelo aperfeiçoamento técnico e pela expressão artística, características que se refletem na exposição "Biatuwí".
A mostra, que permanece em cartaz no Centro Cultural Palácio da Justiça, oferece ao público uma oportunidade única de se conectar com a visão única do artista sobre a cultura e as paisagens amazônicas, um verdadeiro convite à reflexão sobre as raízes e a identidade da região.
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Veja a seguir o texto de Debora Shornik sobre a Exposição Fotográfica “Biatuwí”
Chef restaurante Caxiri, co-idealizadora da “Casa de comida indígena Biatuwí” Enraizada neste território desde 2012
“Biatuwí”
“Cheira que alimenta!” a fumaça saindo do caldo, “dá água na boca” – a poqueca em brasa, “arde, mas não queima” – a pimenta quando é boa… são expressões popularizadas que representam o valor cultural da comida.
Pedro Marinho nos leva a provar sabores a partir do olhar, aguça os sentidos, evoca memórias, recupera crenças, rememora o que fomos forçados a esquecer: a nossa ancestralidade.
Uma clivagem para os sentidos mais profundos e autênticos da Amazônia indígena, retratar a cultura alimentar Amazônica através do empratamento do Biatuwi, a primeira “Casa de comida indígena” do Brasil, atende a um chamado íntimo da Amazônia, terra natal deste renomado artista, conhecido internacionalmente, que agora nos agracia e alimenta a alma com apetitosas e intrigantes imagens
A exposição Biatuwi consolida o desejo antigo dos fundadores Clarinda Sateré Mawé e Joao Paulo TUKANO, de apresentar e trazer para o contexto da cidade sua cultura alimentar, seus costumes e saberes, justo em um momento onde se discute profundamente o papel da alimentação. Esse deleite visual nos desperta para um olhar mais profundo de fortalecimento a cultura “gastronômica” e seu sentido.
Enraizada neste território desde 2012, acessei a essência da alimentação – que nutre corpo e espírito, cura e previne, através das tecnologias da floresta e seus especialistas.
Um privilégio aqui estar, que estendemos – Pedro, Clarinda, João Paulo e eu – a quem aqui chegar.
Por Debora Shornik