Monitoramento realizado pelo Instituto de forma integrada é essencial para a preservação das espécies.
Cerca de 200 filhotes de tartaruga marinha foram soltos, na última segunda-feira (20), na Unidade de Conservação (UC) Monumento Natural do Atalaia (MoNa Atalaia), na área conhecida como Ponta da Sofia, no município de Salinópolis, nordeste paraense. Os filhotes são da espécie (Eretmochelys imbriaca), conhecidas também como tartaruga-de-pente, consideradas em perigo de extinção, de acordo com a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) das espécies ameaçadas.
Em outra ocasião, 248 filhotes de tartarugas marinhas que nasceram entre os dias 17 e 19 de junho, na Unidade de Conservação, sendo desses, 50 filhotes da espécie Lepidochelys olivácea - conhecida como tartaruga oliva - também ameaçada de extinção foram soltos no último sábado (18).
A nova soltura corresponde ao segundo ninho dos três monitorados pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Ideflor-Bio, na Unidade de Conservação, em parceria com a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMASAL), Projeto Suaranã e comunidade local.
O período de desova na área de proteção ambiental teve início no último mês de abril com a chegada das primeiras tartarugas, à procura de local para fazer o ninho e depositar os ovos; a postura ocorre geralmente no período da noite, quando a areia não está tão quente. Cada tartaruga pode colocar entre 100 e 200 ovos em cada ninho e o período de incubação é de aproximadamente 45 a 60 dias. As tartarugas marinhas são animais que podem viver mais de 100 anos, e medem, quando adultas, de 55cm a 2,1m de comprimento curvilíneo, dependendo da espécie.
A faixa de areia escolhida para desova recebeu sinalização para evitar tráfego de veículos e banhistas, e ações de depredação dos ninhos, que recebem uma proteção com tela, para evitar ataques de animais. O monitoramento na área é realizado diariamente por técnicos do Ideflor-Bio e Instituições parceiras.
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Proteção_______
A presidente do Ideflor-Bio, Karla Bengtson, reforçou a importância do trabalho realizado de forma integrada entre instituições de governo, comunidade local e o projeto Suruanã. "Todo trabalho é recompensado com a sobrevivência de uma maior quantidade de indivíduos, que certamente irão retornar na época reprodutiva.
Karla Bengtson ressalta que a Unidade de Conservação tem como objetivo garantir a proteção das belezas cênicas, das dunas, das restingas, dos manguezais e dos lagos, assim como a preservação das espécies da flora e da fauna residente e migratórias, que utilizam a área para alimentação, refúgio e berçário natural durante a época de reprodução.
"O trabalho de monitoramento integrado é essencial para a preservação das espécies, pois além dos predadores naturais, que são os outros animais que fazem parte da cadeia alimentar, ainda temos a curiosidade humana, que por desinformação acerca da vulnerabilidade dessas espécies, altera o ciclo da reprodução, e infelizmente ainda existem pessoas que destroem os ninhos para comer os ovos ou mesmo por maldade. Vamos continuar o monitoramento na faixa de areia que está na Zona de Amortecimento da Unidade de Conservação, durante toda a temporada de reprodução, que vai de abril a outubro. Nesse período realizamos a observação diária das fêmeas que sobem à praia para postura e fazemos o monitoramento diário das covas", explicou a diretora de Gestão e Monitoramento das Unidades de Conservação do Ideflor-Bio, Socorro Almeida.
A espécie solta na última segunda-feira apresenta cor marrom-amarelada, chega a atingir 114 cm de comprimento de carapaça e seu peso é de até 100 kg.
A eclosão dos ovos dessa nova ninhada iniciou no final da tarde do último dia 19. Antes das solturas, os técnicos e demais parceiros retiram os filhotes das covas, realizam a biometria, para melhor compreensão quanto à rota migratória, crescimento e outras informações.
Para a realização de todo o processo, o Ideflor-Bio conta com biólogos do projeto Suruanã e da Secretaria Municipal de Salinópolis, além de voluntários parceiros.
O Monumento Natural Atalaia (MONA Atalaia) é uma Unidade de Conservação (UC) que pertence à categoria de Proteção Integral, a qual não permite a habitação e o uso direto dos recursos naturais. Instituída a partir do Decreto Nº 2.077 de 23 de Maio de 2018, apresenta uma área de 256,58 hectares, localizado no município de Salinópolis. A (UC) compreende a Ilha do Atalaia, mais especificamente o lago conhecido popularmente por Lago da Coca-Cola e suas cercanias. Nessa área e em seu entorno foram registrados cinco tipos de ambientes: dunas, restingas, manguezais, lagos e praias, distantes 206 Km da capital do estado, Belém.
FONTE: Agência Pará