Quilombo do Ariramba inicia construção coletiva do seu Plano de Vida

Quilombo do Ariramba inicia construção coletiva do seu Plano de Vida

“A nossa comunidade é um pouco esquecida, e as pessoas ou não lembram, ou não querem ajudar ou não querem ver”. O sentimento de abandono relatado pela jovem Samara Nunes Oliveira, moradora do Quilombo do Ariramba, é apenas um dos muitos relatos encontrados em comunidades tradicionais quando perguntamos sobre educação e saúde.  

Localizado na fronteira com o município de Oriximiná, na região da Calha Norte o quilombo do Ariramba possui uma média de 40 famílias, dos quais, segundo o coordenador da comunidade, Ernandes Oliveira, menos da metade permanece com residência fixa no quilombo, outros deixam suas casas por um período para proporcionarem aos seus filhos um direito fundamental básico, o da saúde e educação.

Mesmo com muitos desafios os moradores do Ariramba iniciaram no mês de fevereiro a construção coletiva do seu plano de vida, uma ferramenta participativa que abre debate sobre as melhorias da comunidade. “A construção do plano de vida veio a partir daquilo que nós há muito tempo vínhamos sonhando e com isso, desde 78 quando foi a fundação dela, a gente vem lutando com algumas dificuldades e agora com esse plano de vida eu creio que vai ser uma melhoria para a comunidade”, frisou o coordenador da comunidade, Ernandes Oliveira que participou juntamente com os moradores da comunidade da construção do Plano de Vida.

A construção do Plano de Vida abordou temas como Cultura, Meio Ambiente, Habitação, Educação, Saúde, Sustentabilidade, Fortalecimento Institucional e Geração de Renda, sete eixos que nortearam o debate visando um único objetivo, a construção de uma ferramenta de transformação. “Através do plano de vida a comunidade vai poder levantar suas demandas e necessidades e conquistar os sonhos que eles tanto esperam que é ter uma boa habitação, uma água, uma energia, tudo que seja pra melhorar a vida deles e a permanência aqui no quilombo”, destacou a coordenadora da Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos de Oriximiná, Claudinete Colé.

O consultor do Programa Territórios Sustentáveis, Rogério Rodrigues, destacou a importância da construção do plano de vida.  “O território do Ariramba vai receber um documento do governo do estado onde diz que o território tem que ter o plano de uso e o plano de vida já é boa parte desse documento que a lei está cobrando. O Plano de Vida é um documento construído coletivamente pela comunidade onde a comunidade coloca no papel hábitos e costumes que ela tem de desenvolvimento e de preservação do seu território”, reforçou o coordenador.

O Programa Territórios Sustentáveis é uma iniciativa de três organizações sociais, Agenda Pública, Equipe de Conservação da Amazônia (Ecam) e Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) que tem o patrocínio da Mineração Rio do Norte e visa o apoio a uma estratégia de desenvolvimento territorial sustentável nos municípios de Faro, Terra Santa e Oriximiná e atua com os cinco eixos: Gestão Pública, Gestão Ambiental, Desenvolvimento Econômico, Capital Social e Quilombolas.

Fonte: Ascom/Programas Sustentáveis

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