O peixe mapará, conhecido pela sua versatilidade culinária e presença marcante na gastronomia amazônica, está no centro de uma pesquisa que visa garantir a preservação da espécie no Pará. Liderado pela professora Kelli Garboza da Costa, da Universidade Federal do Pará (UFPA), o estudo concentra-se na Bacia Hidrográfica do Baixo Rio Tocantins, abrangendo os municípios de Cametá e Limoeiro do Ajuru.
O mapará, um peixe de água doce amplamente encontrado nos rios da Amazônia, está enfrentando desafios reprodutivos, especialmente devido às alterações ambientais provocadas pela barragem de Tucuruí. A pesquisa foca na distribuição das larvas e no mapeamento das áreas de desova, com coletas realizadas em oito áreas de Acordos de Pesca, de maio de 2023 a fevereiro de 2024.
Os dados preliminares apontam que o mapará está se reproduzindo ao longo de todo o ano, com picos de densidade de larvas entre fevereiro e agosto. Além disso, foi observado que os "poços", áreas indicadas pelos pescadores artesanais, são cruciais para o crescimento das larvas. A professora Kelli Garboza destaca que essas áreas possuem condições favoráveis para o desenvolvimento dos juvenis, devido à abundância de matéria orgânica e plâncton.
A pesquisa, que também envolve análise genética no Campus Bragança da UFPA, visa fornecer subsídios para a implementação de medidas de conservação e manejo da pesca do mapará. Em paralelo, um projeto de extensão está sendo proposto para conscientizar a população sobre a pesca predatória de mapará "fifiti", ou seja, juvenis capturados antes de atingirem o tamanho permitido por lei.
Com o apoio das Secretarias Municipais de Pesca de Cametá e Limoeiro do Ajuru e a colaboração de diversos pesquisadores e estudantes, o estudo busca não apenas entender melhor o ciclo reprodutivo do mapará, mas também contribuir para a preservação dessa espécie fundamental para a subsistência e a cultura da região e no Pará.
FONTE: Comunicação/UFPA