A apresentação do modelo concilia aumento da produtividade, recuperação de áreas degradadas e conservação da floresta, além do bem estar animal e melhores condições de trabalho da mão-de-obra.
Aproximadamente 30 pecuaristas participaram da apresentação da estratégia para implantação do modelo de pecuária sustentável no município de Oriximiná, no oeste paraense. A programação foi realizada na tarde da quinta-feira, 7 de setembro, no plenário da Câmara Municipal de Oriximiná e o objetivo da adoção do modelo é conciliar o aumento da produtividade da pastagem, recuperação das áreas degradadas, conservação da floresta, o bem estar animal e as melhorias nas condições de trabalho dentro das fazendas.
Durante a apresentação das propostas para implantação do modelo foi apresentado aos pecuaristas o resultado do diagnostico elaborado a partir das visitas realizadas em maio pelos consultores do Programa Territórios Sustentáveis. Segundo o diagnóstico, parte das fazendas não possuíam a pratica de acompanhamento da produção no que diz respeito à pesagem do gado, número de cabeças de animais, o tamanho da propriedade.
Outro fator apontado levou em consideração a baixa conformidade com legislação fundiária e ambiental (titulação e CAR), do controle quanto à compra e venda dos animais, do sistema de modulação e rotação de pastagem, plano de adubação e suplementação necessária para o pleno desenvolvimento dos animais. “A nossa pecuária precisa melhorar, isso se você conversar com qualquer pecuarista ele vai admitir, e o que foi visto a partir do diagnostico e do intercambio é que é possível melhorar a produtividade em uma área trabalhada sem a necessidade de abrir novas áreas, pelo contrário, até recuperando as já desmatadas”, enfatizou o secretário de agricultura de Oriximiná Alexandre Carvalho.
A iniciativa de trazer o modelo de pecuária sustentável surgiu a partir de um pré-diagnóstico realizado em 2015 pelo Programa Territórios Sustentáveis onde constatou-se a necessidade de uma mudança de comportamento visando o melhor uso dos recursos. Com base nos dados, buscou-se iniciativas que deram certo, como a do pecuarista Mauro Lúcio, em Paragominas. “Eu tive que sair da minha zona de conforto. Foi um desafio muito grande era um modelo de pecuária muito diferente e começou em razão de um embargo do Ministério Publico Federal a carne do Pará, isso em 2009 e desde então começamos a trabalhar este modelo de pecuária diferente e desenhamos este projeto e hoje a gente tem deixado de exaurir os recursos naturais e este é o propósito do nosso trabalho”.
Com o diagnóstico apresentado e discutido com os produtores, a iniciativa entra em uma nova fase, a de escolha dos modelos a serem adotados dentro das propriedades para melhoria da atividade de pecuária (para corte e leite). “Nós vamos montar um modelo adequado a realidade da região. Nossa ideia é que em cinco anos possamos ter esse modelo implantado. Hoje temos o cadastro dos pecuaristas e vamos definir junto a eles os critérios de escolha das propriedades, sejam de grande, médio e pequeno porte, e vamos juntos buscar desenvolver esse modelo que será pioneiro na região”, finalizou o consultor Adriano Páscoa.
O desafio do Programa Territórios Sustentáveis é estruturar um cenário de desenvolvimento autônomo e participativo que respeite o meio ambiente e que possa trazer melhores condições de vida a população dentro dos territórios de Faro, Terra Santa e Oriximiná, municípios do Oeste paraense. O programa é executado pela Agenda Pública, Equipe de Conservação da Amazônia (Ecam) e Instituto do Homem e Meio Ambiente (Imazon), com apoio da Mineração Rio do Norte (MRN).
FONTE: ASCOM/Programa Territórios Sustentáveis