O Çairé 2024, celebrado na vila de Alter do Chão, Santarém (PA), mais uma vez trouxe à tona a grandiosidade do tradicional Festival dos Botos. As apresentações, que aconteceram neste final de semana, sábado (21), foram marcadas por um forte apelo à preservação ambiental, encantando o público com espetáculos carregados de emoção e consciência ecológica.
O Boto Cor de Rosa inaugurou o festival com sua apresentação, às 21h. Com o tema "Rikwé e Tradição", a narrativa focou na palavra "Rikwé", que significa "vida" na língua Borarí, e na importância de preservar a floresta amazônica em meio às mudanças climáticas. O espetáculo chamou atenção para a estiagem que vem assolando a região, afastando peixes e botos dos lagos. A alegoria principal trouxe uma mensagem clara: sem a preservação da biodiversidade local, a vida na Amazônia está em risco.
Com uma performance rica em detalhes visuais e simbólicos, o boto explorou o ciclo da vida nas águas amazônicas, utilizando luzes, músicas e coreografias que representaram a interdependência entre a vida nas águas e a floresta. Peixes, botos e criaturas mitológicas faziam parte da narrativa, que prendeu a atenção do público e dos jurados, sempre atentos aos 16 itens avaliados no festival, como a performance artística e a construção das alegorias.
Por sua vez, o Boto Tucuxi brilhou no Lago dos Botos com o tema “Morada Pirajaguara”, uma homenagem ao boto, também chamado de “Pirajaguara” pelos povos ribeirinhos, e às comunidades que vivem em harmonia com a natureza. A apresentação destacou a conexão profunda entre os ribeirinhos e o boto, além da importância de preservar o habitat natural do animal.
Com uma narrativa envolvente, o Boto Tucuxi trouxe alegorias impressionantes, simbolizando a morada do boto e a luta pela preservação da biodiversidade amazônica. A apresentação mobilizou 600 participantes, entre bailarinos, artistas e figurantes, que ensaiaram durante cinco meses para garantir um espetáculo impecável. A produção foi liderada pela comissão de arte composta por Allan Hills, Elivelton Corrêa e João Pedro Dias.
O Festival dos Botos, que sempre é uma disputa acirrada entre o Cor de Rosa e o Tucuxi, termina com o aguardado anúncio do vencedor na segunda-feira, 23 de setembro, às 17h. Independentemente do resultado, ambas as agremiações deixaram uma forte mensagem de conscientização ambiental, lembrando a todos que a preservação da Amazônia é essencial para as presentes e futuras gerações. O Çairé 2024 reforçou, mais uma vez, seu papel não só como manifestação cultural, mas também como plataforma de luta pela sustentabilidade da floresta.
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