Reabertura do Matadouro Municipal de Óbidos é discutido em Audiência Pública

Aconteceu nesta segunda-feira, dia 20 de março, no Centro de Formação Dom Floriano, uma Audiência Pública promovida pelo Ministério Público, em Óbidos, que tem a frente a promotora de justiça Lilian Regina Furtado Braga, idealizadora da audiência, que teve como objetivo debater a possibilidade de reabertura do Matadouro Municipal, interditado há vários anos.

O Matadouro encerrou seu funcionamento em 27 de março de 2013, em virtude de vários problemas, pois o mesmo não atendia os preceitos mínimos de higiene e condições sanitárias, exigidas pela legislação, fatos estes denunciados junto ao Ministério Público Estadual e Federal.

Segundo a Promotora, Lilian Braga, desde que o Matadouro foi fechado houve alguns diálogos feitos com o MP, verificando a necessidade da reabertura do Matadouro, por conta da das dificuldades dos pequenos produtores ribeirinhos abaterem seus animais. Referente a isso promotora informou: “Ocorre que temos alguns problemas de ordem legal, alguns óbices que já foram apontados no momento da interdição, que deveriam ser observados. A preocupação hoje do MP é o enfrentamento desses óbices e se nós temos mesmo alternativas para eles. Alternativa técnica que resolva o problema, como por exemplo: a proximidade com o Rio Amazonas, a proximidade com o aeródromo, com o lago (Geretepaua), se está afetando ou não o lençol freático, entre outros. São preocupações que não deve ser somente do MP, mas de toda população obidense”, comentou a promotora.

Isomar Barros comentou que o encontro foi muito produtivo, principalmente por conta da presença das pessoas que estão envolvidos nessa atividade. Sobre o projeto técnico do Matadouro, comentou: “O que nós sabemos é que no governo passado foram dados alguns encaminhamentos, inclusive com projeto técnico, projeto ambiental e que por algum motivo alheio ao meu conhecimento foi paralisado. Agora precisamos retomar esse projeto e verificar junto aos órgãos ambientais se os relatórios apresentados na administração passados ainda estão valendo e ver a possibilidade de reabertura ou não do Matadouro Municipal. Precisamos ter a exata noção e a segurança de que é viável e necessário a reabertura do matadouro e por isso vamos agilizar e reavaliar esse projeto, discutindo sempre com a comunidade e o Ministério Público”, informou Isomar.

Geovani Giordando, Presidente do Sindicato Rural de Óbidos, comentou: “Nós temos que ter algo palpável pra ver se é possível ou não a reabertura do Matadouro, mas isso só podemos dizer a partir do momento que nós tivermos um parecer técnico dos órgãos do meio ambiente, se pode ou não pode, para que se possa fazer as adaptações do Matadouro”.

O Presidente da Câmara Municipal, o Vereador Preto, foi enfático em afirmar que é a favor da reabertura do Matadouro, pois é uma questão de logística para o pequeno produtor, pois segundo ele, os ribeirinhos têm que trazer o animal até a cidade e fretar um carro para levar até o frigorífico para ser abatido, uma vez que o frigorifico está há 19 km do rio Amazonas. “É uma questão de viabilidade para o pequeno criador que são os ribeirinhos. Então essa questão vai além, pois é a vida do ribeirinho. Já basta o sofrimento que eles têm nesse período de enchente, no dia-a-dia deles, e na hora de tirar o proveito em abater uma ou duas reses que ele criou com tanta dificuldade, ainda vai enfrentar toda essa maratona para chegar até o frigorifico, pra depois essa carne chegar ao consumo do povo obidense”, comentou o Vereador Preto.  

Referente aos encaminhamentos da Audiência Pública, a promotora Lilian informou que a Prefeitura deverá apresentar aos órgãos ambientais uma proposta técnica para viabilizar ou não a reabertura do Matadouro Municipal, pois segundo ela, será o órgão ambiental que irá dizer se está tudo de acordo com a legislação ou não.

A audiência contou com a presença da Promotora, Lilian Braga,  vice-prefeito Isomar Barros; presidente da Câmara de Vereadores, José Carlos de Souza; Secretário de Meio Ambiente Celso Rodrigues; Tatiane Hage, coordenadora da ADEPARÁ; Presidente do Sindicato Rural de Óbidos,  Giovanni Giordano, Sivaldo, dono do “Frigorífico dos Amigos”, onde são abatidos os animais atualmente, marchantes, Advogado Camilo Canto, entre outras pessoas.

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Fotos de Odirlei Santos

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