Saúde ribeirinha: Em 2022, mais de 100 mil procedimentos foram realizados por unidades fluviais

Saúde ribeirinha: Em 2022, mais de 100 mil procedimentos foram realizados por unidades fluviais

Foram realizados diversos serviços, entre os quais: dispensação de medicamentos, vacinação e consultas médicas, odontológicas e ambulatoriais.

As Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF's) Abaré I, Abaré II e Ailton Barros são os principais mecanismos para levar atendimentos em saúde às regiões ribeirinhas no município de Santarém. Em 2022, as embarcações realizaram 15 viagens e 109.357 procedimentos em saúde. As expedições fazem parte do planejamento estabelecido pela Atenção Primária à Saúde (APS) e a Assessoria de Rios, coordenadas pela Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) em parceria com a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), a ONG Projeto Saúde e Alegria (PSA) e a ONG Zoé. 

Balanço de atendimentos nas UBSF's em 2022

O Abaré I realizou 8 viagens e 34.415 serviços, o Abaré II realizou 3 viagens e 25.583 procedimentos e o Ailton Barros realizou 4 expedições e 49.359 procedimentos de saúde. Ao todo, foram 15 viagens e 109.357 procedimentos de saúde. Dentre os serviços, estão: dispensação de medicamentos, consultas médicas, odontológicas, ambulatoriais, aplicação de vacinas de rotina entre outros.  A Portaria do Ministério da saúde estabelece que as expedições ocorram a cada 60 dias e tenham duração média de 10 a 15 dias. 

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Fluxo_de_atendimentos das UBSF's

A unidade fluvial Abaré I é gerenciada através de parceria entre a Semsa e a Ufopa. Ela atua na região do Tapajós, que é composta por 17 comunidades, com 778 famílias e 2.779 moradores, no total. Já as unidades Abaré II e Ailton Barros são gerenciadas exclusivamente pela Semsa. O Abaré II atua na assistência à saúde na região do Médio e Alto Arapiuns, composta por 38 comunidades, com 1.333 famílias e 5.515 moradores. Já a UBSF Ailton Barros presta assistência em duas regiões: Urucurituba, composta por 8 comunidades, com 628 famílias e 2.053 moradores, e a região do Aritapera, composta por 14 comunidades, com 577 famílias e 1.655 moradores.

“É um grande desafio participar do planejamento das ações das nossas unidades fluviais, pois trabalhamos de acordo com alguns fatores cruciais como as barreiras geográficas e mudanças dos cenários (inverno e verão). Mas graças ao empenho de toda equipe da Semsa conseguimos um ótimo resultado em 2022”, relata a assessora de Rios da Semsa, Tângara Sansil.

A gestão compartilhada entre a Semsa e a Ufopa trouxe para a saúde ribeirinha um diferencial de especialidades médicas e novos equipamentos para melhor atendimento das comunidades do rio Tapajós, através de parcerias e projetos junto a Universidade. 

"Houve captação de recursos, que mantiveram e mantém uma saúde que vai além da Atenção Primária, como exemplo a realização de exames de ultrassonografia. Também foi implantado uma nova forma de gestão das atividades desenvolvidas na Unidade Básica de Saúde. A parceria é tão eficiente que o Abaré da Ufopa realizou 8 expedições em 2022. As duas instituições são alinhadas em busca de melhoramento nos atendimentos às comunidades, posso afirmar que há uma sinergia entre Semsa e a Ufopa em busca da excelência na oferta da saúde em Atenção Primária nas expedições do Abaré”, enfatiza o administrador da Rede Integrada de Desenvolvimento Humano (RIDH) da Ufopa, José Dirceu Costa. 

Levar saúde pública aos ribeirinhos é um grande desafio, pelas peculiaridades da população e da região, avalia a secretária municipal de Saúde, Irlaine Figueira. "Analisar os resultados das expedições de 2022 nos enche de orgulho. Esse número expressivo de procedimentos só foi possível graças ao apoio da gestão municipal, muito bem conduzida pelo nosso prefeito Nélio Aguiar e o apoio dos nossos parceiros. Por isso, agradecemos a ONG Zoé, que disponibilizou vários profissionais especialistas para participarem das expedições e atenderem aos ribeirinhos, agradecemos à Ufopa que desenvolve um excelente trabalho com o Abaré I, unindo saúde e educação, agradecemos, também, o Projeto Saúde Alegria que são grandes colaboradores nessa modalidade de saúde ribeirinha. Com essas parcerias a gestão do SUS se fortalece”, destaca a gestora.

História das UBSF's

O município de Santarém foi pioneiro ao levar atendimentos de saúde às comunidades ribeirinhas, utilizando uma embarcação. As primeiras viagens foram coordenadas pela ONG holandesa Terra de Homens, em parceria com a ONG Projeto Saúde e Alegria (PSA), com o Abaré I, em 2006. 

Após análises, o Ministério da Saúde tornou essa estratégia assertiva no ano de 2010 em política de saúde pública federal. Dessa forma, as UBSF's foram implantadas para atender as peculiaridades da Amazônia Legal e do Pantanal.  

O Abaré I foi integrado ao SUS e credenciado como a primeira Unidade Básica de Saúde Fluvial (UBSF) do Brasil, tornando Santarém referência nacional. 

Em 2011, o Abaré II foi adquirido pelo PSA e repassado em comodato para a Prefeitura de Santarém, sendo reformado por meio dos recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS). 

Em 2019, foi inaugurada a UBSF Ailton Barros, que passou por ajustes técnicos para atender as exigências do Ministério da Saúde. Ambas as unidades foram entregues revitalizadas, equipadas e mobiliadas como parte da programação de aniversário de Santarém, em 2022. 

Atualmente, Santarém conta com três UBSF's: o Abaré I, Abaré II e Ailton Barros.

Fonte: Comunicação/PMS