Poesia IMORTAL SAUDADE, de Izarina Israel, que fala da incondicional saudade de nossa querida Óbidos.
IMORTAL SAUDADE
Um novo sol me trouxe a ti
Trouxe-me luz
Lembranças de como velejar esconderijos d´alma
Como estrelas cadentes
De caudas reluzentes e eletrizantes
Vêem-me lembranças
Quais estonteantes labaredas
A lembrar-me que já fui criança.
Lembrar-me a diversidade luxuriante
Ante a tua natureza.
Emociona-me a lembrança
Das danças de tuas canoas
Das velas a cruzar o rio em sofreguidão.
Das maresias, num sobe e desce
E são levadas pela correnteza a lavar teu cais
Lembrando os teus peixes em teu ventre.
Sou pobre nas distâncias de ti
E rica sou em tua presença.
Tenho o sol com seus secos lábios
A beijar os meus cansados de ausências.
Teu corpo rescende a piracemas de jaraquis
Que caem como pedras prateadas
Das tarrafas aos pés do pescador
Para espalhar como pororoca
A perfumada fumaça dos teus assados
Incenso de amor aos teus filhos.
Seus Priantãs, povoados por piaçoca
Derramam tintas multicores
Quadro que se desmancha nas águas
Como divina aquarela.
Sinuosas rotas de pérolas/pássaros
Como brancas nuvens rendadas que se entrelaçam
Vem derramar-se no espelho do teu caudaloso rio.
AH! Minha Óbidos / Bela Menina!
Terra de grandes imortais
E causa dos imortais segredos
de Minha Saudade / Solidão.
Izarina Israel
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