O texto seguinte é de Dino Printe dicado ao Zé Gravata - José Victorio Savino - pela passagem de seus 80 anos, obidense que faleceu nesta quinta-feira, dia 11, em Belém do Pará, a quem prestamos esta pequena homenagem ao ilustre obidense.
Nossas condolências a sua esposa Prof. Edilza, seus filhos, Karla, Kátia, Júnior e Klebinho Savino, demais familiares e amigos.
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ZÉ GRAVATA
Acho difícil um obidense não conhecer meu tio José Gravata, irmão de minha mãe, penúltimo filho da prole de meu avô Silvestre Savino.
Obidense da gema, nascido no dia de São José, 19 de março. Neste ano, está completando 80 anos, seu nome completo é: José Victorio Savino.
Estudou o primário em Óbidos, fez parte do ginásio no D.Amando em Santarém e concluiu no colégio Salesiando do Carmo, aqui em Belém onde foi interno.
Dos seis irmãos homens era o único que mais bebia e fumava (já deixou o cigarro), porém é o que ainda está entre nós, os outros que não bebiam e não fumavam, se foram desde mundo precocemente.
Quando meu tio terminou o ginásio, após servir ao exército, quis voltar para Óbidos.
Em virtude de uma de minhas tias, ter concluído o curso de farmácia, meu avô abriu uma farmácia para quatro filhos: Silvestre, Linda, Umberto e José, denominada de Farmácia Paraense, ao lado da Formosa Obidense, para época era moderníssima, e o tio José ia trabalhar de camisa social e gravata, esse é o motivo do apelido que ele já adotou como parte de seu nome, nas correspondências ele assina José Gravata.
Na minha infância, eu tinha um carrinho que se movimentava pedalando e o tio José puxava com uma corda até a altura da prefeitura na Rua Bacuri, e dela eu descia até o Banco do Brasil, é bom lembrar que naquele tempo, os maiores veículos que tinha em Óbidos eram: A “garapeira”, caçamba da prefeitura, que estava sempre no “prego”, o jipe do Dr. Chaves, prefeito na época, ficava estacionado em frente à PMO e o caminhão. “Campeão” do Sr. José Guilherme, que estava sempre a serviço para o “centro”: (Cipoal), Canta Galo, Rio Branco).
Outra lembrança do tio Gravata, foram as pescarias de camarão e jaraqui, essa última eu pilotava a canoa e ele tarrafeava, andei jogando diversas vezes o tarrafeador para dentro d’água com tarrafa e tudo.
Na adolescência, fundou um movimento jovem em Óbidos, faziam parte: o Akiri (filho Sr. João Souza), o Julinho Jordão e outros da época, andava com uma eletrola (Semp ou Philco) e uma caixa de som e fazia suas festinhas, só que até às 22 horas. A Força e Luz funcionava das 18 às 22hrs nas residências e até a meia noite nas ruas, voltando às 5 horas da manhã, indo até às 6 horas. A usina ficava na Rua Justo Chermont esquina da Rui Barbosa, onde os responsáveis eram os Srs. Bebé e o Laércio.
Por volta de 1965, como ele não tinha muita chance de jogar como centro avante no time do Paraense Sporte Clube, time que é apaixonado até hoje, fanático também pelo fluminense carioca, fundou o ECO, Esporte Clube Obidense, cujo o time era formado pelos seguintes atletas: Goleiro: Canela (Ferreira), Zagueiros: Maguito, Taruba, Damásio e Carica, meios de campo: Dalmo e Fó, ataque: Elias, Gravata, Marcelino e Pombinho, ainda atuavam: Canela de Vidro, Cabano, Mundinho, Peco e o Firmo.
Tio José sempre trabalhou no comércio, apesar de ter sido dono de farmácia e de um dos melhores mercadinhos da época (1966) denominado Kaká – não teve muito sucesso financeiro, talvez por falta de ambição e ter o coração muito “grande”.
Tem um lance e curioso, mas de acontecimento triste, o meu avô faleceu num dia primeiro de abril (dia da mentira), então tio José foi avisar meus primos lá no Imperial, que fica na costa fronteira, que vovô havia falecido, o Benito, Domingos e José Maria pensavam que fosse “sacanagem” do Gravata, pois haviam estado pela manhã em Óbidos e falaram com meu avô. Para convencê-los, foi preciso tio José falar que não estava brincando, mais ainda chegaram em Óbidos duvidando.
Tio José, já ganhou um prêmio como o melhor dançarino em festas realizadas na ARP. Qualquer festa que ele está, com certeza é o primeiro a sair no salão com sua esposa para dar início à festa.
É metido a cozinhar, gosta de fazer “raviolli”, maniçoba.
Infelizmente devido a seu problema auditivo, fica um pouco difícil a comunicação. É uma pessoa prestativa, cansei de vê-lo no Círio de Sant“Ana, organizando a procissão, é sentimental, se emociona facilmente, tem muito amor à família, agora que já é avô, quando pode compra as guloseimas para levar aos netos, sempre faz com muito carinho”. Às vezes que vem à Belém, fazemos nossas reuniões em família, convido-o para almoçarmos juntos.
Neste 19 de Março de 2017, quero desejar-lhe muita saúde, e que possa conviver conosco muitos anos. Parabéns Tio Gravata.
Hoje, dia 11.de Novembro de 2021, meu tio partiu, deixando muita saudade, e que Nosso Criador o acolha para vida eterna.
Dino Priante.