Jorge Ary Ferreira.
Difícil!
Há 32 anos, voltei para Óbidos, passei a fazer parte da diretoria do Mariano FC, e como diretor do clube, fui convidado a participar de uma reunião, com a presença do então presidente da FPF, coronel Nunes, no ano de 96, logicamente buscando votos da liga de futebol Obidense e demais cidades da região, para patrocinarem a sua perpetuação na entidade. Nessa oportunidade pedi que fosse criada a federação do Oeste do Pará, para organizar o futebol da região, visto que a dimensão do nosso estado, impedia aqueles municípios de disputarem um campeonato paraense em igualdade de condições com o restante do estado, que já com malha rodoviária e distâncias menores, tinham muito mais oportunidade, não me deram ouvidos, fui até criticado pelos demais diretores de ligas da região.
Como pagamento desses votos, eles mantêm uma copa oeste de seleções, menosprezando ainda mais os nossos times, que todas as vezes que se metem, vão à beira da falência, todos sabemos o destino da antiga sede do São Francisco, São Raimundo vive o tempo todo em dificuldade. Santarém luta pela emancipação da nossa região, quer virar estado do Tapajós, mas não corta os laços culturais com Belém, se submete a tudo que é imposto pela FPF, precisamos urgentemente criar uma federação do Oeste, nos desligando da FPF, e passarmos a organizar o nosso campeonato do Pará do Oeste, e que se crie uma decisão entre os campeões das duas entidades, provocar uma briga política junto à CBF para reconhecimento da nossa independência futebolística por falta de viabilidade em função da nossa geografia, se o futebol é profissional, precisa ser sustentável, ou morreremos e não venceremos, e se vencermos, faliremos, pois as despesas são maiores que as receitas, e, nessa altura só milagre.
Mais uma vez assistimos um clube de Santarém ser eliminado da competição e voltar ora casa após um período hospedado em outra cidade, treinando fora do seu ‘habitat’, sem criar com a sua comunidade a convivência que motiva jovens a se tornarem jogadores e orgulharem-se dos nossos clubes, a distância das suas torcidas estão a cavar cada vez mais a decadência do futebol regional, aliás, de mãos vazias não voltará, trará as dívidas para serem solucionadas no restante do ano, perdoem-me se estiver errado.
Há quarenta anos, o São Francisco ia a Óbidos ou outra cidade, sabíamos o nome dos seus craques, cresci ouvindo falar de Pão Doce, Cabecinha, Jeremias, de Petróleo e Inacinho no São Raimundo, Oriximina tinha o Bicheira, Canderu, em Óbidos Merunga, Pacu e Cachinga, e hoje quem temos?
Gente, o Mariano e Paraense, clubes da minha cidade tem mais de 70 anos, o Mariano para ser mais preciso 74 anos de fundação, os de Santarém são mais velhos ainda, Alenquer, Oriximiná e demais municípios da nossa região merecem respeito, todas tem uma história muito bem escrita no passado e abandonada no presente.
Políticos do Oeste do Pará, pelo amor de Deus, comprem essa briga, precisamos criar um movimento desportivo regional, que de direito aos nossos atletas de competirem em igualdade de conduções com os demais, aí falo no desporto em geral, que de direito aos nossos clubes de futebol, disputarem competições viáveis e justas, o que estão a fazer com o futebol da nossa região e covardia!