CANTO QUE ENCANTA

CANTO QUE ENCANTA

Otávio Figueira.

Na tradicional esquina da rua Bacuri com a travessa Osvaldo Cruz, está situada uma das casas mais tradicionais de Óbidos não só pela sua beleza arquitetônica, histórica e turística como também pela sua manutenção e conservação em sua estrutura básica desde então.

Na minha época de estudante do curso primário do então Grupo Escolar "José Veríssimo", era passagem obrigatória diária nesse perímetro que atraia os olhares imaginários de quaisquer transeuntes.

Local, pois, conhecido como "Canto das Sousa", em homenagem a uma família que ali morava a qual recebia o carinho incondicional de todos que a conhecia.

Lembro-me bem da D. Eulina, de temperamento calmo, tranquilo, exímia bordadeira ; D. Clotilde (Coló), extrovertida, falante e foi contemporânea de meu pai, Pedro Xapury, na prefeitura; D. Beatriz(Gigi), a meu ver a mais sisuda, introvertida, objetiva, conversava o necessário, porém observadora, e, em se tratando de saúde, acompanhou toda a infância de minha família por meio da Fundação SESP.

Com efeito, D. Ana, D. Cacilda, D. Antônia, D. Euzira e Seu Otávio, advogado, tributarista, reconhecidamente o maior estudioso e intérprete da Legislação que criou à Zona França de Manaus, completam à família em comento.

É importante lembrar que, à época, o educandário "José Veríssimo" era muito demandado pelos pais, para que seus filhos lá estudassem, devido à competência de seu quadro de professores, por exemplo.

A fim de atender tal procura por matrículas, foi criado o famigerado, mas necessário turno intermediário, que funcionava no horário das 10h às 14h, mais conhecido como o "horário da fome".

Ao sair da escola com o estômago se "retorcendo" de fraqueza, subindo a Bacuri, era um martírio passar no famoso canto e sentir ao longe o cheiro gostoso da comida bem preparada pela educadíssima Marluce. Chegávamos a apostar no par ou ímpar, qual seria o cardápio do dia, e, para surpresa de ninguém, ganhava "carne assada de panela".

Aproveito, então, a oportunidade da narrativa para parabenizar o advogado, amigo e contemporâneo José Raimundo Canto, atual proprietário, em conservar toda edificação originária do canto que só fez transferir de "Canto das Sousa" para "Canto dos Canto", pois, com toda a redundância, convenhamos, é um canto que encanta.

FOTOS....

www.obidos.net.br  - Fotos de Otávio Figueira

 

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